Publicada em 07/12/2017, às 08h00

Por Josué de Oliveira, com edição de Matheus Thebaldi

MC vencedor de duelo nacional de hip hop destaca importância do Odomodê


Divulgação Semcid
César MC
César MC criou um grupo de estudos no Núcleo Afro Odomodê: ensinamentos no local também serviram para as suas rimas

Depois de descobrir a vocação e o talento para a rima, foram quase três anos se preparando e treinando, inclusive, durante as madrugadas. O esforço do capixaba César Resende Lemos, mais conhecido como "César MC", valeu a pena. O sonho de ser campeão nacional do duelo de MC´s foi alcançado durante um campeonato em Belo Horizonte.

César tem 20 anos e é morador do Morro do Quadro. Descobriu no hip hop sua verdadeira paixão. No início, não teve apoio da família, mas diz que, a partir do momento em que começou a levar o trabalho a sério, ganhou a confiança dos parentes.

"Minha família não conhecia essa cultura. E a forma de trazer confiança para dentro de casa foi mostrando responsabilidade no que eu faço. Foi uma das coisas mais difíceis, mas também a mais verdadeira", disse.

Preparação

Depois de ganhar o apoio da família, sua trajetória com as batalhas de rimas ganhou mais força. Mas o reconhecimento para ser destaque nacional não foi fácil. Ele contou que foram anos de preparação e estudos.

O início da carreira começou quando conheceu, pela internet, o rapper Emicida, um dos maiores nomes do segmento no País. A partir daí, começou a pesquisar e, quando participou pela primeira vez de uma batalha, não parou mais. Passou a frequentar o projeto "Boca a Boca", um dos mais importantes do meio hip hop do Estado.

Estudando no Odomodê

Enquanto se dedicava ao hip hop, César decidiu fundar um grupo de estudos no Núcleo Afro Odomodê, espaço da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid). A ideia era fazer com que os jovens estudassem com temas variados sobre literatura, cultura e história do hip hop.

O grupo existe há dois anos e, nessa discussão, o rapper também leva o que aprendeu ali para suas rimas. "O estudo faz a gente buscar os pilares da cultura e se aprofundar mais. E para a batalha de MC, carreira e poesia, tem que ter conhecimento para exercer da melhor forma possível".

O Odomodê oferece à juventude negra do município condições de inclusão social, por meio de oficinas e atividades culturais. César frequenta o espaço há quase três anos e conta a importância do projeto na sua vida.

"O Odomodê acolhe a juventude e, como faço parte dessa juventude periférica, estou sempre aqui. É um espaço aberto para plantar a semente boa. Aqui a gente tem contato com a arte e com vários projetos. Isso abre um leque de visão para seguir profissionalmente, realizar um sonho ou, até mesmo, fazer alguma atividade de lazer. E esse leque pode dar salvação para muita gente aqui", destacou.

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