Prefeitura de Vitória

O Programa Municipal de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr) do Fundo de Apoio à Ciência e Tecnologia do Município de Vitória (Facitec), uma parceria da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV) com a Secretaria de Educação (Seme), ofereceu ao longo de 2022 60 bolsas de iniciação científica para professores orientadores e bolsistas júnior, que são estudantes da rede municipal de ensino de Vitória, matriculados do 6º ao 9º ano ou na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Os projetos de pesquisa que foram escolhidos por meio de edital têm caráter de investigação dentro do tema "Cidades Inteligentes", visando despertar o interesse pelo conhecimento científico, identificar e potencializar talentos e contribuir para a formação de futuros profissionais nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. A duração do programa foi de quatro meses. Os orientadores receberam uma bolsa no valor de R$ 1.000 e cada estudante bolsista recebeu o valor de R$ 200.

A cerimônia de encerramento das atividades foi realizada na noite desta segunda-feira (12), no auditório da Secretaria de Educação, com a presença diretora presidente da CDTIV, Valderene Corrêa; da diretora de Inovação da CDTIV, Bárbara Moreira; da subsecretária de Gestão Pedagógica da Seme, Luana Lemos, além de outras autoridades municipais.

Participar do projeto mudou a vida dos estudantes, que levarão consigo o interesse pela ciência, a tecnologia e a inovação. "A professora Érika escreveu o projeto e nos chamou para participar, ela viu um interesse grande e muito potencial na gente. Fizemos muita pesquisa, em vários lugares, no bairro, na biblioteca, na internet. Aprendemos muitas coisas que não sabíamos, hoje estamos conscientes de muitos dos nossos direitos, foi transformador ter participado", afirmou Tatiana dos Santos, que está concluindo o 2° segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

"Impressionante como nossos estudantes têm a capacidade de chegar tão longe quando estimulados. A gestão do Prefeito Lorenzo Pazolini, por meio da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (CDTIV), vem buscando cada vez mais incentivar e fazer com o que nossos estudantes tenham meios de chegar aonde quiserem. Hoje assistimos 50 estudantes e dez professores que coordenam os projetos em diversas áreas, desde de agricultura, passando por comunicação, tecnologia, dentre outros. Somente investindo na educação teremos uma sociedade mais justa e igualitária", destacou a diretora presidente da CDTIV, Valderene Corrêa.

"Aqui está a potência da pesquisa no município de Vitória. Nosso coração fica muito entusiasmado com todos esses projetos. Fazer pesquisa não é simples e vocês passaram por isso, com aquele gosto de aprender, desenvolvendo uma ação. Estamos muito felizes! Isso impacta muito na educação do nosso município. Queremos fazer uma educação de qualidade que atenda a todos os nossos estudantes, à diversidade dos nossos estudantes. Agradeço a presença das famílias aqui, acompanhando esse momento. Isso vai ficar de experiência para vocês por toda a vida", destacou a subsecretária Luana Lemos.

Representando os professores orientadores das pesquisas, Érika Milena de Souza, ressaltou a potência do projeto Pibic Jr.

"Esses estudantes vivenciaram a democratização do conhecimento científico. Nesse projeto financiado pela Facitec, isso se deu no fazer ciência. Parabéns a vocês! Esse projeto oportunizou fazer ciência em todo o município de Vitória e isso só se dá num projeto ousado, ao qual agradecemos, por ter permitido que todos esses estudantes pudessem corporificar essa produção de conhecimento, tornando-o real na vida de cada um deles. O conhecimento se dá de uma maneira coletiva e compartilhada. A gente precisa desmistificar o conhecimento científico que acontece somente em grandes laboratórios. Ciência é viva, é real, ela acontece dentro de um determinado território. Isso é extremamente importante. Em nome dos professores, dos estudantes, das famílias, eu gostaria de agradecer pelo apoio e por tornar visível a potência das escolas de Vitória", afirmou.

Ampliação em 2023

Ao parabenizar os pesquisadores de 2022, a diretora de Inovação da CDTIV, Bárbara Ohana, garantiu que o Pibic Jr não apenas será mantido, mas também ampliado para o próximo ano.

"Quero agradecer a participação e o empenho de todos vocês, dos nossos colegas, da nossa equipe da CDTIV envolvida nesse projeto. Esse projeto é o menino dos olhos, porque estamos plantando a sementinha do interesse pela ciência. A nossa proposta foi alcançada. Essa sementinha foi plantada dentro de cada um de vocês! E vamos ter Pibic Jr em 2023, com robótica e gameficação, aumentando para seis meses de projeto. Essa conquista é de vocês", salientou.

Também presente na solenidade, Luiz Fernando Schettino, engenheiro florestal e membro do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia (CMCT), destacou o papel fundamental da ciência na sociedade.

"Quem quer ser cientista, pesquisador, tem que ler muito, tem que estudar, tem que ter um planejamento e tem que se encantar. Ciência e tecnologia é pensar a vida. A ciência tem que levar as pessoas a enxergarem o mundo de uma maneira melhor. Hoje, nós precisamos humanizar as pessoas", disse aos jovens pesquisadores.

Iniciação Científica

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica aos estudantes do ensino fundamental (Pibic  Jr.), teve o seu projeto piloto lançado na cerimônia de comemoração dos 20 anos do Facitec, em 2011. Na ocasião, o projeto atendeu estudantes do ensino fundamental regular e do Centro de Talentos de Vitória.

Quarenta bolsistas divididos em grupos ou individualmente, receberam bolsas do Facitece realizaram, durante seis meses, planos de trabalho nas áreas de matemática financeira, física, robótica, esportes, artes, saúde, biologia, astronomia e música.

O Programa se manteve até 2017, tendo um novo edital lançado em 2020, mas devido à pandemia da Covid-19 precisou ser cancelado e retornou neste ano.

Conheça os projetos desenvolvidos

1. Horta na Escola: plantando semente na educação

• Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Rita de Cássia Oliveira, em Resistência, orientado pela professora Patrícia Galvão.
• Objetivo: Avaliar o impacto positivo da implementação de uma horta escolar no diálogo e na reflexão da comunidade escolar e de suas famílias acerca de seus hábitos alimentares e instigar os mesmos a promover mudanças dentro de suas casas, visando à alimentação saudável e nutritiva.

2. Digital Verde: entrelaçando identidade, tecnologia e cuidado

• Emef Experimental de Vitória - Ufes, em Goiabeiras, orientado pela professora Maria da Penha Kopernick del Maestro.
• Objetivo: Propõe a criação de QR Codes que identifiquem e apresentem dados científicos de árvores existentes no Parque urbano Pedra da Cebola, vinculando-os a um banco de dados científico visando a mitigar o fenômeno da invisibilidade botânica e divulgar a presença de importantes espécies presentes nesse Parque, para visitantes locais, estudantes e turistas. Possibilitar esse reconhecimento ao alcance de um leitor de QR Code poderá, ainda, contribuir com a conservação da arborização urbana da Cidade de Vitória que é uma das mais importantes do país.

3. Desvendando os mistérios da chuva: desenvolvimento de horta hidropônica escolar com reaproveitamento de água da chuva

• Emef Padre Anchieta, em Ilha de Santa Maria, orientado pela professora Elizabeth Santos de Oliveira.
• Objetivo: Implementar uma horta mandala agroecológica baseada em agricultura urbana tal como o desenvolvimento e aplicação de tecnologias educacionais e agrícolas de baixo custo, visando a instituir um modelo de treinamento técnico científico dos alunos selecionados, para que atuem como replicadores do conhecimento entre seus pares e a comunidade.

4. Todos pela Cidadania!

• Emef Álvaro de Castro Mattos, em Jardim da Penha; orientado pelo professor Israel Scardua de Aquino.
• Objetivo: Conscientizar os estudantes para ampliar seus conhecimentos das necessidades das pessoas com deficiência, ou não, no que se refere a transporte e mobilidade urbana. Conscientizar para que possam ser atuantes não só na comunidade escolar, mas onde moram, e pensar em soluções para toda a cidade de Vitória. Estimular que os estudantes possam desenvolver ainda mais a empatia, lutando pelos menos favorecidos.

5. Atitude +: uma ideia na cabeça e um celular na mão: AÇÃO!

• Emef Juscelino Kubitschek de Oliveira, em Maria Ortiz, orientado pelo professor Rogério Oliveira Araújo.
• Objetivo: Criar um festival de vídeo com os estudantes sobre temáticas de relevância para eles, através de celulares, como forma de exploração de novas tecnologias na produção de conteúdos educacionais.

6. A Rádio escola tá ON!: potencialidades do uso de novas ferramentas de tecnologia de informação e comunicação no protagonismo estudantil, a partir do projeto Rádio Escola na Emef Padre Anchieta

• Emef Padre Anchieta, em Ilha de Santa Maria, orientado pela professora Valquíria Aciole da Silva.
• Objetivo: Avaliar o impacto da criação de um podcast como experiência de canal de comunicação inovador alinhado às novas tecnologias de informação e comunicação na promoção da integração dos estudantes com a comunidade escolar.

7. Cidades Inteligentes e gênero: como as mulheres nesta urbanidade?

• Emef EJA Admardo Serafim de Oliveira, em Gurigica, orientado pela professora Érika Milena de Souza.
• Objetivo: Analisar a relação existente entre a construção de cidades inteligentes e a inclusão e proteção de mulheres moradoras em áreas de vulnerabilidade social.

8. Análise da insegurança alimentar pós pandemia da Covid-19 e seus efeitos na saúde mental e física dos moradores próximos à Emef Octacílio Lomba

• Emef Octacílio Lomba, orientado pelo professor Lucas de Lima Maia.
• Objetivo: Analisar a insegurança alimentar pós-pandemia da COVID-19 e seus efeitos na saúde mental e física dos moradores próximos à Emef Octacílio Lomba.

9. Agricultura urbana agroecológica: implantação de uma horta mandala como ferramenta para educação e promoção da segurança alimentar e saúde

• Emef Paulo Reglus Neves Freire, de Inhanguetá, orientado pelo professor Lucas Henrique Gonzaga de Oliveira.
• Objetivo: Implementar uma horta mandala agroecológica baseada em agricultura urbana tal como o desenvolvimento e aplicação de tecnologias educacionais e agrícolas de baixo custo, visando instituir um modelo de treinamento técnico científico dos estudantes selecionados, para que atuem como replicadores do conhecimento entre seus pares e a comunidade.

10. Uma só terra: a realidade virtual e o diálogo entre ciência e comunidade

• Emef Eliane Rodrigues dos Santos, em Ilha das Caieiras, orientado pela professora Lígia Danielle Azevedo Lacerda.
• Objetivo: Investigar o nível de compreensão da comunidade escolar acerca da crise climática. A partir disso, promover a sensibilização para questões ambientais, bem como a compreensão da importância da ação individual e coletiva para a redução de danos à natureza e enfrentamento da crise climática por meio de exposição e experiência realística.