Evolução Urbana


Vitória está entre as capitais mais antigas do país. A história da cidade começou junto com a chegada dos portugueses ao Brasil. A ocupação urbana da ilha foi lenta, contando com período de isolamento. A parte continental da cidade só teve o povoamento iniciado nos anos 60 do século XX.

Ocupação urbana insignificante até o início do século XX

O período de 1551 a 1900, iniciado com a fundação da Vila, é marcado por uma ocupação urbana quase que insignificante, apesar de ser longo (349 anos).

Da data de fundação da Vila até a morte do primeiro donatário, a história espírito-santense registra, como causas para tão inexpressiva urbanização, a penúria do capitão Vasco Coutinho, suas dificuldades com ataques de índios e invasões estrangeiras, além da ocorrência de epidemias que causaram grande número de mortos e reduziram o ânimo dos sobreviventes.

Pode-se também atribuir à evolução tão lenta da mancha urbana as seguintes causas:

  • Poucos recursos à disposição dos governantes da antiga Capitania;
  • Economia incipiente (agricultura), incapaz de gerar excedentes aplicáveis no urbano;
  • Expulsão dos jesuítas (meados do século XVIII), com prejuízos para agricultura e para a paz com os índios;
  • Isolamento da Capitania com relação ao resto do país, principalmente porque, por longo tempo, foi interditado o acesso aos sertões de Minas Gerais;
  • Isolamento da Vila em relação à Capitania, dificultando o acesso de mercadorias por mar (a ligação com o continente só seria possível em 1928).

A Vila de Vitória - tendo como limites o Maciço Central e o mar, estendendo-se da colina da Santa Casa de Misericórdia até as imediações da rua Barão de Monjardim (ao pé do morro do Vigia) - adentra o século XX com feições nitidamente coloniais.

Última atualização em 26/01/2016, às 14h14

1900 a 1940: obras ampliam em cinco vezes área da cidade

As quatro primeiras décadas do século XX se caracterizam pela realização de numerosas obras que possibilitaram a expansão da Vila em direção a Santo Antônio e ao norte, fazendo surgir os bairros de Jucutuquara, Praia do Suá e Praia do Canto. Esse período compreende a primeira década da República até o governo do Interventor Federal Punaro Bley.

As seguintes obras são fundamentais na formação do tecido urbano no período:

  • Aterro do mangue no Campinho - atual região do Parque Moscoso - concluído em 1912;
  • Obras de aparelhamento do Porto de Vitória, que possibilitaram a exportação de café, considerado já naquele momento como o principal produto da economia capixaba;
  • Renovação do núcleo antigo da cidade, com a retificação e ampliação de vias, dos serviços de água, drenagem e de limpeza pública;
  • Aterros nas regiões do bairro São João, Ilha de Santa Maria e Jucutuquara, nos anos 20;
  • Implantação do projeto "Novo Arrabalde", de Saturnino de Brito, ampliando em cinco vezes a área da cidade;
  • Melhoria nas estradas de Jucutuquara, Bomba e Goiabeiras;
  • Instalação do bonde elétrico, com a ampliação da linha ligando Santo Antônio até a Praia do Suá e a implantação da linha circular unindo a cidade alta à baixa;
  • Construção da ponte Florentino Avidos, possibilitando a ligação de Vitória à Ilha do Príncipe e ao Continente.

Com essas obras, principalmente os aterros, a cidade adquire novas feições e diferentes contornos. São eliminadas praias e enseadas e são ligadas ilhas e afloramentos rochosos, modificando os limites da cidade com o mar.

Última atualização em 26/01/2016, às 14h14

Ocupação urbana avança sobre o mar nas décadas de 40 a 50

A região onde hoje se situam os bairros Romão, Forte São João, Itararé, Morro Gurigica, Iha de Santa Maria, Monte Belo e Morro São José foi ocupada entre as décadas de 40 e 50 do século passado.

A ocupação urbana avança sobre o mar, com aterros que vão da Avenida Capixaba (Esplanada) até Bento Ferreira. Daí cresce até o canal da Passagem, ocupando espaços entre Maruípe e o Novo Arrabalde. Verifica-se, também, a ocupação das encostas do Maciço Central, na região de Santo Antônio, com a formação do bairro de Santa Tereza.

Última atualização em 26/01/2016, às 14h14

Cidade se expande e parte continental é ocupada nos anos 60

A ocupação da parte continental da cidade - Região de Camburi - é registrada na década de 60 do século passado.

Na ilha, intensifica-se a ocupação das encostas do Maciço Central, desde Santo Antônio até Fradinhos. A área da cidade é complementada com os aterros de Bento Ferreira.

Surgem os bairros Barro Vermelho, Santa Lúcia, Bomba e, na rodovia Serafim Derenzi, o bairro Comdusa, cujos moradores eram provenientes de uma ocupação no terreno da atual Rodoviária.

Na Região de Camburi são instalados importantes equipamentos como a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o Aeroporto e o complexo portuário de Tubarão. Registra-se, ainda, o surgimento do Bairro de Fátima, do núcleo inicial de Jardim Camburi, o bairro de Goiabeiras (hoje subdividido em várias denominações) e o bairro de Jardim da Penha, apresentando grande parte de seu traçado, porém ainda sem ocupação residencial.

Última atualização em 26/01/2016, às 14h14

Aterros reconfiguram tecido urbano na década de 70

Entre 1970 e 1980, são concluídos os aterros que ocasionaram o desaparecimento das praias Comprida, Santa Helena, do Canto e Suá e a incorporação das ilhas do Boi e do Frade ao tecido urbano da cidade. Verifica-se, também, a conclusão do aterro da Ilha do Príncipe com a instalação da nova rodoviária e a construção da segunda ligação da ilha com o continente.

São ocupadas as encostas do lado leste do Maciço Central, ampliando os bairros de Joana D'arc, São Cristóvão, Tabuazeiro e Fradinhos.

Inicia-se a ocupação ao longo da Avenida Serafim Derenzi (estrada do contorno) com o loteamento Floresta da Ilha e São Pedro I.

Na Região de Camburi, o fato importante é a implantação da Siderúrgica de Tubarão (1976) ao lado das instalações portuárias da então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), hoje Vale. Nesse período, intensificam-se os problemas de poluição atmosférica da cidade. É interessante comparar a proporção das instalações da CST e CVRD com o restante da área urbana do município (cerca de mais de 1/3 da mancha urbana total).

Ainda na Região de Camburi, há a ampliação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com a construção de novos pavilhões, a abertura do loteamento Mata da Praia e a ocupação de áreas no limite sul do Aeroporto, ao longo da Avenida Adalberto Simão Nader.

Última atualização em 26/01/2016, às 14h15

Ocupações ao longo da Serafim Derenzi: destaque nos anos 80

No período de 1980 a 1990, merecem destaque as ocupações ao longo da Rodovia Serafim Derenzi, que deram origem aos seguintes bairros/comunidades: Nova Palestina, Resistência, Redenção, Aglomerado São Pedro, Grande Vitória, Estrelinha, Inhanguetá e Nossa Senhora Aparecida. Essas ocupações completam a conurbação na parte insular do município, o que vai conferir à mancha urbana um aspecto de anel em torno do Maciço Central.

Na Região de Camburi, surge o bairro Maria Ortiz e ampliam-se os bairros de Jardim da Penha e Jardim Camburi. Verifica-se, ainda, na Região de Camburi, a implantação do porto de Praia Mole.

É importante, nesse momento, observar a sucessão de aterros efetuados ao longo do tempo na ponta de Tubarão. A esse respeito, vale registrar a construção dos píeres na praia de Camburi, justamente para atenuar os problemas de erosão causados por mudanças no regime das correntes, provavelmente como consequência dos aterros de Tubarão.

Última atualização em 26/01/2016, às 14h15

Anos 90 se caracterizam pela urbanização e adensamento populacional

O período que vai de 1990 a 2000 é caracterizado pela urbanização e adensamento dos bairros, restando poucos lotes dentro da cidade para serem ocupados. As áreas vazias dão espaços aos últimos loteamentos de Vitória, como é o caso do Santa Terezinha, localizado próximo a Jardim Camburi.

A mancha urbana atinge todos os limites do município. À exceção do Maciço Central, dos topos rochosos dos morros, dos mangues do Lameirão e estuário do rio Santa Maria e da área do Aeroporto, a mancha urbana estende-se em todas as direções. Se não fossem os limites do município com a baía e o oceano, ela ligar-se-ia efetivamente, formando um todo, com as manchas de Vila Velha, Cariacica e Serra - municípios limítrofes.

Última atualização em 26/01/2016, às 14h18

Verticalização da cidade na primeira década do século XXI

Tadeu Bianconi
Nova Ponte da Passagem

Durante a primeira década do século XXI (2000-2010), prossegue o adensamento no interior da malha urbana, por meio da ocupação dos lotes vazios e da substituição de edificações baixas por outras verticalizadas, sobretudo nos bairros da região nordeste.

O comércio e os serviços são cada vez mais presentes no interior de alguns bairros, consolidando subpolos de atividades.

A ocupação da Enseada do Suá e adjacências marca a constituição dessa região como nova centralidade. Como resultado desse adensamento, a mobilidade urbana passa a ter papel preponderante nas decisões de planejamento: novos acessos, sentidos de tráfego e ampliação de vias são necessários, como, por exemplo, o eixo Fernando Ferrari - nova Ponte da Passagem.

Última atualização em 26/01/2016, às 14h15


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