Patrimônios Históricos


O patrimônio histórico do Centro é mais antigo do que os das cidades de Ouro Preto (MG) e São Paulo (SP). Turistas e moradores contam com visitas monitoradas gratuitas. Dos 51 pontos turísticos e culturais que integram a área, sete são monitorados pelo Visitar, entre eles a Catedral Metropolitana, a Igreja do Carmo, o Convento São Francisco e o Theatro Carlos Gomes.

Viaduto Caramuru

Tadeu Bianconi
Viaduto Caramuru

O Viaduto Caramuru foi construído em 1925 com o objetivo de ligar as ruas Dom Fernando e Francisco Araújo e servir de passagem para o bonde, que então circulava pela Cidade Alta. O bonde, entretanto, nunca chegou a atravessar o viaduto, ou porque temiam que ele não aguentasse o peso ou porque o bonde não era capaz de fazer a curva que ligava as ruas ao viaduto.

Logo abaixo se encontra a rua Caramuru, local histórico onde teria ocorrido uma batalha contra holandeses que tentaram invadir a ilha em 1640. Naquela época, a ladeira levava ao Cais São Francisco, utilizado pelos freis do Convento São Francisco.

O nome do viaduto, e da rua sob ele, foi dado em homenagem aos Caramurus, membros da Irmandade de São Benedito do Convento São Francisco, que foi extinta no início do século XX. O nome surgiu a partir de conflitos com os irmãos de outra irmandade do mesmo santo, situada na Igreja do Rosário, que receberam o nome de Peroás.

Durante a década de 1930, algumas casas que ficavam próximas ao viaduto foram derrubadas para o alargamento da rua Caramuru e do viaduto, situado próximo também da Igreja de São Gonçalo. O viaduto foi reformado durante as décadas seguintes.

Onde fica

Rua Caramuru, Cidade Alta - Centro Histórico, Vitória - ES - Ver no mapa

Última atualização pela SEMC em 05/06/2024, às 14h24

Palácio Anchieta

Victor Nogueira
Palácio Anchieta

O Palácio Anchieta, uma das mais antigas sedes de governo do Brasil, tem uma história rica e multifacetada. Sua construção teve início no século XVI para abrigar o colégio jesuíta, mas foi durante o período em que os padres Brás Lourenço e José de Anchieta estiveram na cidade que o edifício recebeu uma base mais sólida. Anchieta, uma figura proeminente na ordem jesuíta, é lembrado por seu trabalho com os nativos da região.

Até meados do século XVIII, o Palácio Anchieta foi o lar do Colégio de São Tiago, onde eram ministradas aulas de diversas disciplinas, desde leitura e escrita até Filosofia e Teologia. Além disso, o colégio servia como centro administrativo e de missões dos jesuítas na região, enquanto a Igreja de São Tiago desempenhava um papel espiritual importante na sociedade.

Após a expulsão dos jesuítas de Portugal e suas colônias no século XVIII, por ordem de Dom José, rei português, os bens da ordem foram incorporados ao governo. O colégio foi transformado em sede do governo, abrigando diversos serviços públicos, como o Hospital Militar, o Quartel e a Fazenda.

No início do século XX, durante o governo de Jerônimo Monteiro, o palácio passou por reformas significativas, sendo a igreja desativada e drasticamente alterada em sua aparência. A fachada foi remodelada pelo engenheiro francês Justin Norbert, adotando elementos ecléticos característicos da época.

Ao longo dos séculos, o Palácio Anchieta testemunhou transformações políticas e sociais, mantendo-se como um símbolo histórico e cultural de grande importância para o estado do Espírito Santo. Seu restauro em 2004 foi um marco na preservação do patrimônio histórico da região, garantindo que sua história continue a ser celebrada e compartilhada com as gerações futuras.

Onde fica

Rua Pedro Palácios - Centro Histórico, Vitória, ES - Ver no mapa
Tel: (27) 3636-1032 e 3636-1048

Última atualização pela SEMC em 29/05/2024, às 17h16

Escadaria Maria Ortiz

Paula Barreto
Escadaria Maria Ortiz

A história da Escadaria Maria Ortiz é uma narrativa que evoca coragem, resistência e vitória sobre adversidades. Seu nome é uma homenagem à jovem Maria Ortiz, cujo ato de bravura ficou marcado para sempre nos anais da história capixaba.

No fatídico dia 10 de março de 1625, a barra de Vitória viu a chegada de oito naus holandesas, lideradas pelo almirante Piet Heyn, em uma tentativa de conquistar a ilha. Os corsários tentaram avançar pela estreita rampa conhecida como Ladeira do Pelourinho, em direção à Cidade Alta, o coração da vila. No entanto, foram confrontados pela coragem e astúcia de Maria Ortiz, que, do alto de sua janela, defendeu sua terra natal, arremessando água fervente e, posteriormente, incendiando uma das peças bélicas dos invasores.

O gesto de Maria Ortiz não apenas inspirou seus vizinhos a resistirem, mas também galvanizou o povo capixaba para expulsar os invasores, garantindo a segurança e a liberdade da ilha. Em reconhecimento a sua bravura, a ladeira foi nomeada em sua honra em 1899 e, em 1924, foi remodelada e transformada na imponente Escadaria Maria Ortiz.

Projetada pelo engenheiro Henrique Novaes, a escadaria era inicialmente ladeada por belas residências coloniais, que foram sacrificadas em nome do progresso e da modernização da capital capixaba. No entanto, a essência da história e da coragem de Maria Ortiz continua a ecoar nas pedras e degraus desta icônica escadaria, que serve como um lembrete perene da resiliência do povo capixaba diante das adversidades.

Escadaria Maria Ortiz, Centro Histórico, Vitória - ES - Ver no mapa

Última atualização pela SEMC em 29/05/2024, às 18h20

Igreja São Gonçalo

Marcos Salles
Fachada da Igreja São Gonçalo
Thalles Waichert
Projeto Visitar

No local onde hoje está erguido o templo, havia uma capela dedicada à Nossa Senhora do Amparo e da Boa Morte, construída pela Irmandade de mesmo nome. Em 1715, a irmandade solicitou ao bispado a autorização para a construção de uma nova igreja, dedicada a São Gonçalo Garcia. Esta igreja, construída em pedra e cal, teve sua conclusão em 6 de novembro de 1766 e foi consagrada ao santo português pelo padre Antônio Pereira Carneiro e pelo vigário Antônio Xavier da Vila de Vitória.

Inicialmente, o orago da igreja foi escolhido devido à identificação do próprio grupo que a fundou, composto por mulatos, assim como São Gonçalo. Porém, ao longo do tempo, a igreja começou a ser associada à imagem do santo como protetor dos casamentos.

O templo apresenta características barrocas em sua fachada e altar-mor, com entalhes em madeira pintados a ouro. No entanto, embora tenha havido uma tentativa de manutenção do estilo barroco por meio das curvas e contracurvas na arquitetura, não é possível afirmar com certeza que pertença a esse estilo, provavelmente se aproximando mais do século XIX.

Dentro da igreja, encontram-se duas preciosas imagens portuguesas do século XVII, provenientes da antiga Igreja de São Tiago (atual Palácio Anchieta): Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier.

Conhecida como a "igreja dos casamentos duradouros", a igreja de São Gonçalo serviu como sede paroquial e exerceu as funções de Catedral após a desapropriação da Igreja de São Tiago e a demolição da antiga Igreja Matriz. Sua importância histórica e arquitetônica levou ao tombamento pelo IPHAN em 1948

Onde fica

Rua São Gonçalo - Centro - Ver no mapa
Telefone: (27) 3233-2856

Última atualização pela SEMC em 29/05/2024, às 17h41

Igreja e Convento Nossa Senhora do Carmo

Arquivo SECOM/PMV
Igreja do Carmo
Arquivo SECOM/PMV
Fachada Igreja do Carmo

No século XVII, o donatário da Capitania do Espírito Santo, Francisco Gil de Araújo, convidou os padres carmelitas para se estabelecerem na região, doando um grande terreno nas proximidades da Vila de Vitória. Por volta de 1675, os padres começaram a construção do Convento de Nossa Senhora do Monte do Carmo, que incluía também a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo e a Capela da Ordem Terceira. Todo o conjunto arquitetônico seguia o estilo colonial, com características barrocas.

No decorrer dos anos, o convento teve diversos usos, sendo inclusive assumido pelo governo provincial em 1872, que o utilizou para várias finalidades, incluindo abrigar um quartel militar. Entre 1910 e 1913, passou por reformas significativas, adicionando mais um andar à estrutura original. A igreja, por sua vez, recebeu uma renovação em seu estilo arquitetônico, adotando elementos ecléticos com influências góticas.  Uma capela adjacente à igreja foi demolida em 1930. Em reconhecimento à sua importância histórica e arquitetônica, a fachada do convento foi tombada pelo Conselho Estadual de Cultura em 1984. A igreja ainda preserva diversas imagens em seus altares e quadros da Via-Crucis, contribuindo para sua relevância cultural e religiosa na região

Onde fica

Ruas Coronel Monjardim e Coutinho Mascarenhas, Centro - Ver no mapa
Telefone: (27) 3223-0158

Última atualização pela SEMC em 29/05/2024, às 17h40

Convento São Francisco e Capela Nossa Senhora das Neves

Paula Barreto
Sinalização turísitca
Elizabeth Nader
Convento São Francisco

O Convento São Francisco foi erguido no final do século XVI pelos padres franciscanos, atendendo a um pedido do segundo donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho Filho. Junto à igreja dedicada a São Francisco de Assis, o complexo incluía o monastério, onde os frades viviam em recolhimento, oração, trabalho e estudos, além da Capela da Ordem Terceira da Penitência. Este foi o primeiro convento franciscano construído na região Sul do Brasil Colônia.

Posteriormente, um cemitério municipal foi adicionado ao conjunto, permanecendo em uso até 1908. Nas proximidades, uma capela dedicada a Nossa Senhora das Neves foi convertida em necrotério. A estrutura da capela, em estilo colonial, ainda existe dentro do convento até os dias de hoje.

O convento foi um importante centro de atividades religiosas, abrigando várias irmandades, incluindo a Irmandade de São Benedito, que promovia festas e procissões na cidade. Com o tempo, o convento foi utilizado para diversos fins, como escola e enfermaria durante as epidemias do século XIX.
Ao longo do século XX, o convento teve diversos usos, incluindo um orfanato, residência episcopal, rádio, colégio e residência das Irmãs Carmelitas. Atualmente, é sede da Cúria Metropolitana e de várias entidades ligadas à Igreja Católica.

O frontispício do convento, reformado em 1744 e 1784, é o que resta da estrutura original. Em reconhecimento à sua importância histórica, o convento foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura em 1984, marcando o espaço como o local onde foi construído o primeiro convento franciscano na Região Sul do Brasil Colônia.

Última atualização pela SEMC em 29/05/2024, às 18h26

Capela Santa Luzia

Paula Barreto
Capela de Santa Luzia
Foto Setur
Capela Santa Luzia

A Capela de Santa Luzia é um tesouro histórico e arquitetônico de Vitória, sendo considerada a construção mais antiga da cidade. Erguida no século XVI sobre uma rocha, servia originalmente como capela particular da fazenda de Duarte de Lemos, o primeiro morador da ilha de Santo Antônio, atualmente Vitória. As terras foram concedidas a Duarte de Lemos como sesmaria pelo primeiro donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho.

Com traços arquitetônicos simples, a capela apresenta uma nave retangular e capela-mor, características comuns das igrejas barrocas do estado, sugerindo alterações ao longo do tempo. Sua construção em pedra e cal de ostra, coberta com telhas de barro, reflete o estilo colonial brasileiro. A entrada única, coroada por um pequeno frontão datado do século XVIII ao lado da torre sineira, adiciona peculiaridade ao seu design.

Ao longo dos séculos, a capela passou por várias reformas, a primeira delas em 1812, possivelmente adicionando os traços barrocos que vemos hoje. Após servir como templo religioso por décadas, foi desocupada em 1928. Em 1943, foi restaurada e passou a funcionar como galeria de arte e Museu de Arte Sacra, destacando-se como um marco do início da colonização do Espírito Santo.

Sua importância histórica e cultural foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que a tombou em 1946, garantindo sua preservação para as gerações futuras. A Capela de Santa Luzia é, portanto, não apenas um monumento arquitetônico, mas também um símbolo da rica história e patrimônio cultural de Vitória e do Espírito Santo.

Última atualização pela SEMC em 29/05/2024, às 17h08

Catedral Metropolitana de Vitória

Arquivo PMV/Secom
Catedral - Centro de Vitória

A história da Catedral Metropolitana de Vitória remonta ao século XVI, quando uma capela foi provavelmente construída por volta de 1550, tornando-se um marco central na então Vila de Nossa Senhora da Vitória. Inicialmente uma capela simples, seu local de fundação é considerado o ponto inicial da cidade.

No início do século XVIII, a capela foi elevada à categoria de igreja matriz, mas ao final do mesmo século, devido ao seu estado precário, foi demolida para dar lugar a uma nova igreja matriz, que existiu até 1918. Esta segunda igreja, ainda em estilo colonial, foi designada como catedral com a criação da Diocese do Espírito Santo em 1895, sob o episcopado de Dom João Batista Correia Néri.

Samira Gasparini
Missa na Catedral Metropolitana de Vitória

No entanto, devido ao aumento da população e à necessidade de uma estrutura mais adequada, essa igreja foi demolida para dar lugar à construção da atual Catedral Metropolitana de Vitória. As obras começaram em 1920 e foram concluídas em 1970, resultando em uma majestosa estrutura que se destaca na paisagem urbana da cidade.

Projetada pelo arquiteto Paulo Motta, que também foi responsável pelo projeto do Parque Moscoso, a catedral passou por várias modificações ao longo dos anos, contando com a colaboração de diversos artistas e arquitetos. Sua arquitetura eclética, com características neogóticas, e os belos vitrais em suas paredes a tornam um símbolo importante da cidade de Vitória.

Em reconhecimento à sua importância histórica e arquitetônica, a Catedral Metropolitana foi tombada pelo Conselho Estadual de Cultura em maio de 1984, garantindo sua preservação para as futuras gerações.

Visitas monitoradas e gratuitas, de quarta a domingo, inclusive feriados, das 13 às 17 horas.

Onde fica

Praça Dom Luiz Scortegagna - Centro - Ver no mapa
Telefone: (27) 3223-0590

Última atualização pela SEMC em 29/05/2024, às 17h37


Prefeitura Municipal de Vitória
Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, 1.927
Bento Ferreira, Vitória, ES - CEP: 29.050-945
Telefone: (27) 3382-6000 - Protocolo Geral
(Atendimento ao público de 08 às 17 horas)