Biblioteca Municipal ganhará sede definitiva e comemora aniversário com palestra
Publicada em
Por Vitor Lopes, com edição de Deyvison Longui
Com a colaboração de Brunella França
Elizabeth Nader
O público presente pode conferir um diagnóstico da situação das bibliotecas públicas no Brasil
A Biblioteca Municipal Adelpho Poli Monjardim faz 69 anos e tem um motivo especial para comemorar. Durante a abertura da programação para celebrar o marco, na tarde desta quinta-feira (29), o secretário municipal de Cultura, Alcione Pinheiro, garantiu que as obras no Palácio Domingos Martins, futura sede definitiva da Biblioteca, estão dependendo apenas do andamento de processos licitatórios para começarem.
Alcione destacou ainda a consciência que a administração do município de Vitória tem da importância da leitura. "Desenvolvemos alguns projetos importantes como Viagem pela Literatura, Servidor Leitor, Tempo de Ler, Mercado Literário e temos, ainda, o trabalho feito dentro do Circuito Cultural em prol da difusão da leitura em nossa Cidade", relembrou.
A coordenadora da Biblioteca Municipal, Eugênia Magna Broseguini, salientou a função de conectar pessoas e cultura, além da função primordial de oferecer acesso ao conhecimento para a comunidade, valorizando a identidade local.
Após as homenagens à Maria Cilda Soares da Costa (escritora e historiadora), usuária antiga que faz doações semanais à Biblioteca; e à ex-servidora Ligia Maria Mello Nagatto, pelos 30 anos dedicados ao serviço público, em sua maioria na coordenação da Biblioteca Municipal de Vitória, o público presente pôde ouvir o professor doutor Emir José Suaiden, diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia (IBICT), falar sobre a importância política das bibliotecas públicas.
Sociedade da informação
Elizabeth Nader
O professor Suaiden disse que o investimento na rede pública de bibliotecas é um dos passos fundamentais para se chegar ao desenvolvimento intelectual
Suaiden apresentou um diagnóstico da situação das bibliotecas públicas no Brasil, ressaltando a formação recente do público leitor, que teve início na Era Vargas (1930) e ainda é bastante reduzida. O professor elencou como responsabilidade social das bibliotecas públicas, além da formação de leitores, a inclusão social e o fortalecimento do processo ensino - aprendizagem.
"Na medida em que se agrega valor à informação, constrói-se conhecimento. Esse é o caminho para a formação de usuários críticos, que também são produtores de informações", disse. Segundo o especialista, bibliotecários precisam se organizar e lutar para que as instituições onde trabalham entrem nas agendas políticas dos governos.
"É preciso investimento, renovação constante do acervo, e mais importante: tornar a biblioteca pública uma unidade orçamentária. O investimento na rede pública de bibliotecas é um dos passos fundamentais para um país chegar ao desenvolvimento de seu capital intelectual", ressaltou.
Para encerrar sua fala, o palestrante frisou que toda grande inovação, toda grande revolução, traz no seu bojo a questão da exclusão e apontou as políticas de bibliotecas públicas como o caminho a favorecer a formação de usuários críticos baseados em mediação da informação, competência informacional e indicadores de impacto social.