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Estudantes da Ufes realizam aula de campo sobre sustentabilidade no Parque da Fonte Grande
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Por Michelle Moretti (msmorettieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Na manhã desta quinta-feira (11), quinze estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) participaram de uma aula de campo no Parque Natural Municipal da Fonte Grande. A atividade integrou teoria e vivência prática em um dos principais remanescentes de Mata Atlântica de Vitória, ampliando o olhar do grupo sobre planejamento urbano, sustentabilidade e relação sociedade-natureza.
Promovida pela Gerência de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), por meio do Centro de Educação Ambiental (CEA) Fonte Grande, a proposta da formação foi utilizar a paisagem e a dinâmica ambiental do maciço central de Vitória como ponto de reflexão. Ao longo do percurso, os estudantes puderam compreender como a gestão das Unidades de Conservação e a educação ambiental contribuem para enfrentar problemáticas socioambientais relacionadas ao uso e ocupação do território.
Coordenada pelo geógrafo e educador ambiental Wilson de Souza, a atividade ocorreu em parceria com a professora da Ufes Dra. Natália Alves Bezerra, que tem aprofundado os estudos em sala de aula voltados à sustentabilidade e ao planejamento de cidades mais inclusivas e equilibradas.
Gestão ambiental em foco
A programação teve início com uma roda de conversa sobre a gestão da Unidade de Conservação, momento no qual os estudantes conheceram os instrumentos legais que orientam a administração do parque - como o Plano de Manejo, o Código Florestal, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a Lei da Mata Atlântica e a Lei de Crimes Ambientais. O diálogo permitiu esclarecer dúvidas sobre a atuação da Semmam e sobre como políticas públicas ambientais interferem diretamente na qualidade de vida urbana.
Vivências nas trilhas e leitura da paisagem
O grupo seguiu pelas trilhas da Pedra da Batata e do Caracol, que integram o projeto "Mata Atlântica de Vitória - Floresta que Ensina". Durante o trajeto, os estudantes participaram de atividades de interpretação ambiental com metodologia participativa, observando fauna, flora e os serviços ecossistêmicos prestados pela mata - como proteção de encostas, regulação do microclima, conservação das nascentes e manutenção da fertilidade do solo.
Nos mirantes do Sumaré e da Cidade, o exercício voltou-se para a leitura da paisagem. A partir da vista panorâmica, a equipe técnica destacou aspectos da ocupação urbana de Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha; a conurbação da Região Metropolitana; a expansão do novo arrabalde; o processo de favelização nas encostas do maciço; e as áreas de manguezal que ainda resistem. Também foram observadas as desembocaduras dos rios Santa Maria da Vitória, Fradinhos, Aribiri, Marinho, Jucu, Itanguá e Bubu.
Educação para sustentabilidade
Segundo Wilson, a experiência buscou despertar nos futuros arquitetos e urbanistas a compreensão do valor ecológico, social e histórico da Mata Atlântica presente no Parque da Fonte Grande.
"Convidamos o grupo a refletir sobre esse patrimônio que integra a Reserva da Biosfera. O contato direto com a fauna e a flora permite compreender, de forma sensível e técnica, a importância da conservação desse bioma para a cidade. Esperamos que esses estudantes considerem essa dimensão ambiental em suas decisões futuras, reconhecendo o papel que terão na construção de uma Vitória mais sustentável", destacou o geógrafo.
O projeto "Mata Atlântica de Vitória - Floresta que Ensina" e as demais ações da Gerência de Educação Ambiental podem ser acessados pelo InterageVix.