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Pesquisa aponta que número de mulheres chefes de família cresceu 12% em 10 anos

Publicada em | Atualizada em

Por Patrícia Arruda, com edição de Matheus Thebaldi


Elizabeth Nader
Audiência pública As Novas Chefes de Família na câmara de vereadores de Vitória
Mulheres que são responsáveis pelos próprios domicílios foram foco de audiência pública na tarde desta segunda-feira (25), na Câmara Municipal

As mulheres que são responsáveis pelos próprios domicílios foram foco de audiência pública na tarde desta segunda-feira (25), na Câmara Municipal de Vitória. Com o tema "Novas Chefes de Família", o evento reuniu dezenas de pessoas, em sua maioria mulheres, que puderam contar um pouco de suas experiências.

Na ocasião, a cientista social Sandra Mara Pereira apresentou um estudo elaborado pelo Instituto Jones Santos Neves (IJSN) que mostra as mudanças da formação familiar capixaba, com o crescimento da participação da mulher como chefe de família. Segundo a pesquisa, que comparou dados do Censo de 2000 com os de 2010, a quantidade de lares chefiados por mulheres passou de 23% para 35% no período.

"Nos últimos 10 anos, a mulher vem assumindo um papel que era predominantemente masculino. O que temos observado é que a estrutura familiar vem ganhando novos arranjos, fugindo do antigo modelo da família tradicional, composto por mãe, pai e filho. Temos mães, avós, irmãs, mulheres lésbicas, transexuais e outros que chefiam o lar", destacou Sandra.

Representante do segmento das avós, Creuza Ferreira de Aguiar destacou o importante papel desse público nesse processo. "Muitas mães não têm condições de pagar alguém para cuidar da criança enquanto ela está no trabalho. Isso porque elas são mal remuneradas e não conseguem arcar sozinhas com esse tipo de gasto. Com isso, elas acabam tendo que deixar a criação dos filhos por conta dos avós", lembrou.

Já a representante do segmento da mulher jovem, Valquiria dos Santos, revelou a difícil missão de ser a provedora do lar. "Do dia para a noite, eu me vi numa situação que eu não tinha outra opção a não ser assumir o papel de chefe de família. Perdi minha mãe e toda a responsabilidade de cuidar dos meus irmãos caiu sobre mim. Assim como eu, há milhares de pessoas nessas condições", disse.

A audiência pública foi promovida pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e contou com representantes da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid), além da sociedade civil organizada.