Publicada em 12/12/2013, às 17h25
Por Simone Kobe, com edição de Deyvison Longui
Saúde orienta frentistas sobre como se proteger dos efeitos nocivos do benzeno
Cerca de 30 frentistas, trabalhadores dos postos de gasolina da capital, participaram, na manhã destas quarta-feira (11) e quinta-feira (12), de uma palestra sobre os efeitos nocivos provocados pelo benzeno para a saúde desses profissionais.
A iniciativa é da Comissão Estadual do Benzemo, da qual faz parte a Coordenação de Vigilância em Saúde do Trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde (Semus).
O evento aconteceu no auditório da Fundacentro e já é resultado de uma pactuação feita, em agosto deste ano, com os empresários donos de postos de gasolina, para que seus funcionários pudessem, além de receber condições adequadas de trabalho, participar de capacitações para entender o processo e as formas corretas de proteção.
A médica da Gerência da Saúde do Trabalhador da Semus Isabel Muniz de Almeida explicou que os trabalhadores de postos de combustíveis são os mais vulneráveis aos efeitos nocivos do produto químico. No entanto, existe prevenção.
"O benzeno é um produto químico altamente cancerígeno que penetra o corpo humano através da pele, respiração e ingestão (em alguns casos). Por isso, a prevenção é o único meio de evitar a contaminação", apontou.
O frentista Evandro Moreira de Souza, de 42 anos, trabalha expostos aos riscos há dois anos e oito meses, sem saber o que é benzeno. “Nunca ouvi falar, não sabia dos riscos e por isso nunca me protegi. A partir de agora vou me cuidar”, contou agradecido.
Já o também frentista, Thiago Boa Morte Lauri, de 27 anos, está trabalhado no mesmo posto que Evandro e sabe dos riscos, por já ter participado de uma palestra anteriormente. “Sei dos riscos, sei que a contaminação se dá através da respiração e contato com a pele e por isso tomo muito cuidado”.
O benzeno é um dos componentes da gasolina e é altamente tóxico e pode penetrar no corpo principalmente através da respiração, da pele e também por ingestão. Os frentistas, pelo contato diário com o produto e sem as devidas precauções, são trabalhadores altamente vulneráveis à contaminação, que pode provocar câncer, alteração e diminuição das células do sangue, tonturas, mal estar, dor de cabeça, fraqueza, enjoo, entre outros problemas de saúde.
Como não existe tratamento, o mais importante é a prevenção. Medidas de proteção coletiva adotadas no processo de trabalho para minimizar a exposição e medidas de proteção individual contribuem decididamente na prevenção da intoxicação.
Como se proteger
- No momento de abastecer, usar bico da bomba no modo automático e se afastar do local;
- Não utilizar panos, flanela ou estopa;
- Lavar sempre e muito bem as mãos, principalmente nos momentos das refeições;
- Se tiver que lavar a roupa de trabalho em casa, não as misture com as demais roupas, lave-as separadamente;
- Jamais retire combustível de um tanque ou outro recipiente aspirando o líquido com a boca. Use bomba de sucção adequada.