Publicada em 04/12/2009, às 16h52
Por José Carlos Mattedi, com edição de Deyvison Longui
Com a colaboração de Eliane Rezende (Marlin Azul)
Entrevista com a atriz Eva Wilma, sucesso em cartaz há 56 anos

Com seus múltiplos talentos como atriz, aliados ao seu carisma e experiência de 56 anos na arte de representar na TV, no teatro e no cinema, Eva Wilma, 75 anos, encantou uma plateia de jornalistas e curiosos. Ela esteve em Vitória para receber uma homenagem do 16º Vitória Cine Vídeo e, antes da cerimônia, a atriz falou com a imprensa.
Suas aptidões para as artes e os palcos nasceram com o balé. Eva Wilma foi uma dedicada bailarina. Depois passou pela música, estudando violão e piano, até chegar a carreira de atriz. Ao interpretar uma longa lista de sucessos (30 peças teatrais, 30 novelas, 20 filmes, além de seriados e programas de TV), a atriz recebeu vários prêmios e reconhecimento da crítica e do público.
Entretanto, por seus impagáveis personagens em novelas é que a artista é aclamada pelo público brasileiro. Seja em "Alô Doçura" (1953 a 1963), seriado que estreou o formato 'sit-com' no país, ou "Guerra dos Sexos" e "A Indomada", quem pode esquecer? Essa flexibilidade artística, que vai do drama intenso à comédia rasgada, justifica essa admiração e simpatia recebida por todo o público, de todas as idades.
Abaixo, trechos da entrevista de Eva Wilma:
Qual a importância de um evento como o 16º Vitória Cine Vídeo?
Eva Wilma - É uma enorme satisfação ser convidada e poder participar do 16º Vitória Cine Vídeo. E estou surpresa e, ao mesmo tempo, encantada com a organização que encontrei aqui, desde que cheguei. Ele é diferente de outros eventos realizados nesta área, porque já se tornou quase que uma 'tradição', está em sua 16ª edição, o que comprova sua maravilhosa condição de ser uma real e sólida oportunidade a jovens talentos. É uma 'janela' para a visibilidade nacional. Apresenta os talentos dos muitos 'brasis', auxiliando a possibilidade de diversos artistas entrarem no mercado de trabalho do mundo das artes.
A arte transcende o tempo?
Eva Wilma - Eu diria que, há uma perenidade artesanal, apesar da era digital. A proposta é sempre a mesma, contar, bem contada, uma boa história. Deixando vir à tona, com respeito ao talento e ao humano que existe por trás de cada ator.
A senhora tem marcada a característica da generosidade, como atriz e pessoa. Como não usá-la como diretora?
Eva Wilma - Até agora, só amadoramente. Mas devo confessar, que creio, isso acontecerá ainda. Gosto de observar os atores, suas construções de personagens e suas emoções. Porém, o dia em que eu me decidir por sair da frente das câmeras e passar para o outro lado, certamente terá de ser ao lado de pessoas e profissionais os quais eu confie plenamente.

Como é ter e saber lidar com essa condição de seu nome ser maior que seus personagens?
Eva Wilma - Primeiro, sinto-me muito honrada e emocionada ao receber uma pergunta como esta. É extremamente difícil, contudo é bom e necessário desmistificar. É importante e muito saudável mostrar-se como ser humano. Não importa a profissão que se possua.
A senhora tem o reconhecimento nacional, qual o 'sabor' desta homenagem que receberá do 16º Vitória Cine Vídeo?
Eva Wilma - Bem, prêmio é prêmio. Mas, este, tem um outro 'sabor', por ser exato aquilo que eu já disse: revela muitos 'brasis' existentes neste nosso imenso País. Foi a primeira coisa da qual me dei conta quando aqui cheguei. 'De cara'. Percebe-se que há esperança de dias melhores e longa vida para a Sétima Arte. Sinto-me, enfim, com essa homenagem, extremamente gratificada. Sem contar que desta vez, que venho a Vitória, tenho me dado conta, mais profundamente, o quanto essa cidade é deliciosa, tem paisagens lindas e pessoas cativantes.