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Monólogo sobre a paternidade impacta o público no Theatro Carlos Gomes

Publicada em

Por Brunella França, com edição de Matheus Thebaldi


Leone Iglesias
O Filho Eterno
O ator Charles Fricks ocupa o palco num monólogo desafiador e impactante
Leone Iglesias
O Filho Eterno
O monólogo retrata a história de um pai que precisa aprender a ser pai de uma criança portadora de necessidades especiais

Curitiba, 3 de novembro de 1980. Primavera. Na madrugada desse dia, nasce Felipe. E começa também o nascimento do pai de Felipe, um escritor de 28 anos que terá de aprender, todos os dias, a ser pai de uma criança com síndrome de down.

O espetáculo "O Filho Eterno", da Cia de Atores de Laura (RJ), encerrou o segundo dia de apresentações no VIII Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória (Fentev), neste domingo (14). No Theatro Carlos Gomes, o público acompanhou compenetrado o monólogo dramático e as catarses e angústias de um pai que precisa aprender a ser pai de um filho portador de necessidades especiais.

"Ele sempre teve uma ponta de dificuldade em lidar com o afeto. (...) Pernas muito frágeis para aguentar o peso da alma", descreve-se o personagem numa passagem do texto.

Poucas luzes, alguns sons e momentos de silêncio em meio a falas que marcam. O ator Charles Fricks, sob direção de Daniel Herz, ocupa o palco num monólogo desafiador e impactante.

"Chega a ser atordoante o envolvimento que o ator consegue da gente que está assistindo. Eu me senti preso de tal forma ao espetáculo que aquela angústia de não saber o que fazer, de não saber se está certo ou errado, passou pra mim", disse o estudante Cláudio Manoel de Souza.

"Difícil falar sobre essa peça. O texto é denso, a atuação é incrível. Choca, mas choca pelo lado bom. Mexe com a gente e faz a gente pensar. O que eu faria se estivesse no lugar dele, vivendo aquele momento? Não sei...", resumiu a contadora Fernanda Comério.

"Acho que a peça não trata apenas da situação de ser pai de um filho com síndrome de down, mas de ser pai, acima de tudo. Quando isso aconteceu na minha vida, também vieram todas as dúvidas e angústias de saber se estava tudo certo, se eu estava fazendo o melhor possível. E a gente não tem um manual, é aprender todos os dias", contou o bancário Diego Batista.

O Festival Nacional de Teatro segue até 21 de outubro com diversos espetáculos em locais variados da cidade. A entrada é gratuita. Os ingressos deverão ser retirados nas bilheterias de cada teatro ou espaço cultural nos dias dos espetáculos, sempre a partir das 13 horas.