Programa Terra Mais Igual é tema de conferência na Ufes
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Por Deyvison Longui, com edição de Rafael da Silva Paes Henriques
Foto Divulgação
Durante o debate, Margareth também falou do desafio para a política de reassentamento
Os estudantes do curso de Mestrado de Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) tiveram, na noite desta terça-feira (12), a oportunidade de assistir um debate sobre políticas públicas do município de Vitória, durante a realização da conferência "Meio Ambiente e Exclusão Social", evento que faz parte da programação da VII Semana de Ciências Sociais.
Uma das palestrantes do evento, a coordenadora do Terra Mais Igual, Margareth Batista Saraiva Coelho, fez uma apresentação do programa e destacou a participação popular como uma das responsáveis pelo sucesso dessa política pública de inclusão social, que completou dez anos em 2008.
Os outros palestrantes da noite foram o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Henri Acselrad, o cientista social, Leonardo Bis dos Santos, e o professor do departamento de Geografia da Ufes, Cláudio Zanotelli, este último convidado para ser o debatedor da mesa.
Ocupação desordenada
Depois de apresentar dados sobre a origem da ocupação desordenada de Vitória no início da década de 60, Margareth falou sobre o resgate da dívida social, a partir da urbanização de São Pedro e da preservação do manguezal, projeto iniciado na administração do petista Vitor Buaiz e que beneficiou 47 mil moradores de 13 bairros.
A partir da Agenda 21, elaborada em 1996, e tendo como referência a experiência do Projeto São Pedro e o reflorestamento dos morros de Santa Helena e São José, surge o Projeto Terra, uma política de governo que estabelece ações integradas visando a inclusão social.
Ressaltando que a continuidade das políticas públicas é essencial para o alcance dos resultados, Margareth lembrou que o projeto foi reformulado em 2007, passando a se chamar programa Terra Mais Igual e, agora, focado nas pessoas e no desenvolvimento humano.
Violência
Durante o debate, Margareth também falou do desafio para a política de reassentamento, dada a rejeição de algumas comunidades à implantação, no local, de reassentamentos de moradores retirados das áreas de risco. "A violência generalizada gera um medo também generalizado que faz com que as pessoas associem pobreza com violência", lamentou.
Questionada sobre o que significa área de risco, Margareth esclareceu que o risco é sempre de morte, ou seja, de famílias que ocupam áreas sujeitas a deslizamentos de terra e pedras (geológico) e estrutural (residências que se encontram em condições precárias, podendo desabar).
A VII Semana de Ciências Sociais começou, na última segunda-feira (11) e vai até esta sexta-feira (15). As conferências acontecem no auditório do IC - II.