Publicada em 26/04/2019, às 17h17
Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi
Curso de Libras do CRPD tem turmas lotadas e alunos interessados


Alunos concentrados e determinados a aprender uma nova língua, aparentemente difícil. Assim são os cerca de 70 participantes das duas turmas de nível básico de Libras - a Língua Brasileira de Sinais - que estão em andamento no Centro de Referência para Pessoa com Deficiência (CRPD) de Vitória.
Uma terceira turma, com 35 alunos, é dedicada aos que já conhecem Libras e avançaram para o nível intermediário.
"No começo, pode parecer difícil. Mas, com o uso e alguns treinos, os alunos aprendem a configuração certa das mãos e dos sinais", diz, em Libras, a professora Luci Matilde Amaral, que é surda.
A professora destaca a riqueza e a expressividade da língua de sinais. "Tudo pode ser expressado por meio dos sinais. É uma língua adaptada à capacidade de expressão dos surdos".
Intérprete
A comunicação com os alunos do curso básico é facilitada pela intérprete Janaína Martins de Souza, que fez os cursos básico e intermediário de Libras no próprio CRPD.
"Muitas pessoas pensam que Libras é uma versão do Português em sinais, mas não é. Há semelhanças, mas Libras é uma língua completa, que possui estrutura gramatical própria e peculiaridades que a distingue das línguas orais e das línguas de sinais de outros países", esclarece Janaína.
Segundo a intérprete, é possível fazer poesia, contar e criar histórias e abordar todos os tipos de assuntos por meio de Libras.
Aulas
As aulas foram iniciadas neste mês de abril, têm duração de três meses ou 120 horas e são gratuitas. Muitos alunos procuram o curso porque já atuam em escolas ou espaços onde há necessidade de um melhor atendimento aos surdos.
Outros buscam uma colocação no mercado de trabalho, para atuar em áreas nas quais a capacitação é exigida.
Libras
A Língua Brasileira de Sinais é usada pela maioria dos surdos dos centros urbanos brasileiros e é reconhecida por lei.
Ao contrário do que muitos acreditam, a língua de sinais não é universal. Existem cerca de 140 línguas de sinais ao redor do mundo, completas, com suas próprias gramáticas e léxicos. A brasileira tem semelhanças com outras línguas de sinais da Europa e da América, mas é uma língua autóctone.

