Publicada em 29/07/2015, às 12h33 | Atualizada em 29/07/2015, às 13h53

Por Carmem Tristão, com edição de Matheus Thebaldi

Professores fazem formação para melhor atender alunos com altas habilidades


Divulgação Seme
Curso altas habilidades
Educadores participaram de aula inaugural da formação em altas habilidades/superdotação
Divulgação Seme
Curso altas habilidades
Curso tem o objetivo de contribuir para que os servidores identifiquem os alunos que têm altas habilidades

Uma aluna que possui baixa visão e é uma exímia desenhista ou um surdo que se destaca na robótica. Não fosse o olhar atento do professor em sala de aula, esses alunos com indicativos de altas habilidades/superdotação talvez não tivessem sido descobertos.

Com o objetivo de possibilitar aos profissionais conhecimentos e práticas educacionais compatíveis com as necessidades de alunos identificados na área de altas habilidades/superdotação (AH/SD) matriculados na rede municipal de ensino, teve início, na noite desta última terça-feira (28), a formação específica para servidores de Vitória.

O encontro aconteceu no auditório da Secretaria Municipal de Educação (Seme) e tem como propósito garantir o acesso e a permanência do estudante e disseminar conhecimentos sobre o tema nos sistemas educacionais, comunidades e famílias.

"A expectativa é ampliar a discussão sobre o tema de altas habilidades. A proposta é fazer com que professores, coordenadores, pedagogos e outros profissionais envolvidos possam entender e contribuir na descoberta desses talentos que estão nas escolas e que, muitas vezes, não são vistos", contou Ana Lúcia Sodré, que é coordenadora de Formação e Acompanhamento à Educação Especial da Seme.

Talentos na rede de Vitória

Ela conta que há muitos alunos talentosos no universo de mais de 50 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino, e muitos deles já participam das atividades desenvolvidas nas salas de recurso das seis Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) que são referências no assunto e que, no entanto, ainda não foram descobertos.

São mais de 100 alunos participando de alguma atividade nas salas de recurso ou nos centros de ciência e instituições parceiras. 

Identificação do aluno com indicativo de altas habilidades

Professora doutora especializada em altas habilidades e uma das palestrantes da noite, Carly Cruz orientou os professores quanto à identificação do aluno com indicativos de altas habilidades em sala de aula. "A primeira coisa é não pensar que o aluno é superdotado. É pensar na possibilidade de desenvolvimento do potencial desse aluno. Isso porque um grande problema que a gente tem é que as pessoas pensam que o aluno já vem pronto", pontuou.

A segunda orientação de Carly é que o professor esteja aberto a toda manifestação diferenciada do aluno. "Muitas vezes, a gente quer o aluno padrão, que faz tudo certinho. Quando um aluno aparentemente não respeita as regras padrão, na maioria das vezes ele está demonstrando um pensamento que é diferente, e que não é errado. Então é não esperar uma pessoa pronta e estar aberto ao estilo de aprendizagem que o aluno apresenta", ponderou.

Impacto

Sobre o trabalho que a professora Carly desenvolve na sala de recurso, ela explica como as atividades contribuem para o desenvolvimento do aluno nas demais disciplinas. "A certeza que eu tenho é que a vida escolar do aluno que recebe o atendimento especializado tende a se diferenciar. O que importa pra nós não é se o aluno vai chegar à sala de aula mudando tudo. Mas é ele entender os seus próprios processos, as formas como ele aprende, para que ele se sinta mais realizado na escola e que tudo seja mais produtivo pra ele, inclusive em sociedade. Aí isso começa a refletir, pois ele fica feliz ao perceber que é potencialmente capaz e em algum momento ele vai demonstrar isso", explicou.

Expectativa

A professora Krisley Campos Rios, que atende alunos com deficiência intelectual na Emef Izaura Marques da Silva, em Andorinhas, ainda não atende alunos de altas habilidades/superdotação, mas com o curso espera saber identificar o estudante com os indicativos. "Se eu souber identificar essas crianças, vou poder fazer os encaminhamentos adequados e potencializar as habilidades que eles já têm facilidade para desenvolver", disse.

Aula inaugural

A aula inaugural do curso aconteceu na noite desta terça-feira (28), no auditório Angélica Lyrio Copertino, que fica na Seme. As demais aulas ocorrerão sempre às terças-feiras, das 18 às 21 horas. O encerramento da formação está previsto para acontecer em outubro de 2015.

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Visita alunos altas habilidades Museu Vale
Rede municipal de ensino conta com 100 alunos participando de alguma atividade nas salas de recurso ou nos centros de ciência
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Visita alunos altas habilidades Museu Vale
Atividades contribuem para o desenvolvimento dos alunos
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