Publicada em 22/06/2022, às 14h15 | Atualizada em 22/06/2022, às 15h05
Por Brunella França, com edição de Andreza Lopes
Projeto Escola meu ambiente envolve estudantes da Emef Heloísa Abreu


Ressiginificar as práticas ambientais já presentes na escola e construir com os estudantes um projeto de paisagismo, horta, coleta seletiva e valorização da comunidade escolar, para fortalecer o sentido de pertencimento à escola. O projeto "Escola meu ambiente" surgiu como desdobramento do plano de ação da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Heloísa Abreu Júdice de Mattos, em Inhanguetá, dentro da disciplina de práticas experimentais Educação Socioambiental.
O projeto visa a impulsionar o desenvolvimento acadêmico através de pesquisa, roda de conversa, vídeo, palestras, aulas de campo e atuação nas atividades propostas. Além de compartilhar o produto do trabalho na horta escolar e da conscientização dos problemas ambientais enfrentados pela humanidade, realizando ações na escola, nas casas e na comunidade. Assim, "Escola meu ambiente" promove o protagonismo estudantil, uma vez que as ações são planejadas e executadas com os estudantes.
E o envolvimento é dos 627 estudantes matriculados na unidade de ensino, do 1º ao 9º ano.
"Conhecer outros espaços da escola foi muito bom, e o laboratório de Ciências foi o melhor, muitas coisas lá a gente não sabia que existia, quero muito fazer experiências, usar microscópio", afirmou o estudante Kayke Miguel da Cunha Nascimento.
Um dos cantinhos preferidos das turmas é a horta da escola. "A horta é um lugar bom de fazer o trabalho, mexer na terra, plantar, depois ver crescendo e colher o que foi plantado", pontuou a estudante Mariah Cecília Martins do Nascimento.
Quem também está animada com as atividades é a estudante Maria Fernanda Cardoso da Silva, que elegeu o jardim como seu principal interesse. "Estou com muita vontade de cuidar do jardim, já pedi a minha mãe para me ensinar como plantar e cuidar, porque lá em casa tem jardim e ela cuida muito bem. Quero ver ele muito bonito e com flores."
Palestra, rodas de conversa e mais
Para dar conta das ações e alcançar os objetivos do projeto, diversas atividades são realizadas com as turmas, tanto no turno matutino quanto no vespertino. As primeiras rodas de conversa se deram com servidores e funcionários da unidade de ensino para mostrar aos estudantes que a Emef Heloísa Abreu pertence a todos eles.
Um dos servidores ouvidos foi o auxiliar de serviços gerais Carlos Alberto, ou Beto, como é conhecido na escola. Além de conhecer um pouco da vida do servidor, seus sonhos, sua função na escola, os estudantes foram conscientizados sobre os desafios de trabalhar em uma escola, que demanda um trabalho coletivo. Também foram ouvidos os porteiros Marcelo e Josias, que contaram aos estudantes um pouco sobre a vida de cada um, a função dentro da escola, as coisas boas em ser porteiro de uma escola e seus desafios.
Outra atividade foi levar os estudantes para conhecer o espaço escolar. Isso porque, depois de dois anos de pandemia e um retorno presencial em 2021 com restrições de uso de espaços coletivos, os estudantes, especialmente os menores, não tiveram acesso a todos os ambientes que a escola dispõe para aprendizagem.
Um espaço que aguçou a curiosidade das turmas foi o Laboratório de Ciências. Os estudantes ficaram encantados com as possibilidades do laboratório e o material disponível para a realização das aulas. Após essas visitas, estão sendo agendadas aulas planejadas com o professor regente e o professor de Ciências do Fundamental II, com realização de experiências e uso de equipamentos. Também os professores regentes realizam aulas de Ciências no laboratório.
Coleta seletiva
Outra atividade realizada foi a palestra com a educadora ambiental Osneia com os anos iniciais do Ensino Fundamental. Entre os temas abordados, estavam o descarte correto do lixo e a coleta seletiva, além dos serviços oferecidos na cidade de Vitória. A partir dessa conversa, as turmas farão aula de campo para construir uma composteira, cujo resultado será utilizado na horta e no jardim da escola.
Também está programada uma oficina um jardineiro para plantio de mudas e orientações sobre a elaboração, o plantio e o cuidado com o jardim, além da inclusão da escola na rota da coleta seletiva, implementando a separação dos resíduos seco e úmido.
Após definido o espaço para a colocação das lixeiras para a coleta seletiva, foi realizada uma conversa sobre serão feitos os processos de separação dos resíduos na escola e o destino final. Também participou da conversa o auxiliar de serviços gerais Carlos Alberto, que será o responsável para receber o caminhão da coleta seletiva e entregar o material selecionado, sempre às quintas-feiras.
Impacto na comunidade
À frente da unidade de ensino, a diretora Doris de Oliveira é uma apoiadora dos projetos de educação socioambiental, buscando os recursos para a compra do material que os professores solicitam, fazendo contato com os órgãos para a inclusão da escola na coleta seletiva, a compra das lixeiras, viabilizando a reforma das calçadas e também o apoio pedagógico com ideias que gostaria de ver implementadas na escola, já que é professora de Geografia.
A retomada do projeto da horta escolar, segundo ela, tem apresentado um resultado excelente, com a participação dos estudantes no manejo com a terra, plantio e colheita. A diretora avalia ainda que os trabalhos desenvolvidos na escola têm alcançado os objetivos propostos, de que os estudantes se sintam pertencentes ao espaço escolar, além de impactar positivamente a comunidade.
"Como professora de Geografia há muitos anos na mesma escola, pude desenvolver vários projetos de educação ambiental, na minha disciplina e em parceria com outros professores, sempre tivemos trabalhos relacionados à Fonte Grande e ao Manguezal, ecossistema do entorno da escola, produzimos papel reciclado na escola, também desenvolvemos um projeto para conscientização do descarte correto do lixo", contou a diretora.

