Publicada em 19/10/2012, às 11h16
Por Regina Freitas, com edição de Matheus Thebaldi
Atriz argentina deixa a plateia antenada no Mucane até desfecho do monólogo


Por exatos 55 minutos, cerca de 70 pessoas ficaram caladas e atentas ao monólogo espanhol "Anita Garibaldi – A história de uma mulher brasileira", que foi encenado na noite desta quinta-feira (18), no Museu Capixaba do Negro (Mucane), como parte da programação do VIII Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória, que apresenta peças locais, nacionais e internacionais até este domingo (21).
A atriz argentina Maria de las Victorias Garibaldi, que tem Licenciatura em Teatro pela Universidade Nacional de Tucumán, inicia o monólogo deitada em um quadrado de 1,50 metro, coberto de areia e iluminado com abajures de vela.
Aos poucos, a atriz conta a história de Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, mulher de Giussepe Garibaldi, do seu único amor, dos filhos, das lutas, da prisão, da sua ida para a Itália e da sua morte, conseguindo prender a atenção de uma plateia atenta à forte interpretação da atriz argentina.
Maria utiliza-se apenas de recursos simplistas, como pano, velas e areia para contar a trajetória de Anita Garibaldi, conhecida por muitos como heroína por lutar ao lado do exército libertador, do qual fazia parte o seu marido.
Cumplicidade
A atriz destaca a cumplicidade do público capixaba. "Um povo muito respeitoso. O público ficou quieto até terminar a cena final", disse Maria, referindo-se à cena na qual ela está morrendo e necessita de muito silêncio para o fechamento do ato.
Ela disse ainda que foi difícil fazer o monólogo, pois, embora tenha que estudar o texto traduzido por quatro dias, o barulho externo, dos ônibus e carros atrapalha um pouco. "Fiquei preocupada porque, com o barulho, não conseguia me concentrar como gostaria para usar palavras corretas".
Mas a preocupação não foi sentida por Marta Marinho, que afirmou ter gostado muito do espetáculo. "A peça foi muito boa e eu não conhecia o Mucane, que é um espaço alternativo muito legal", afirmou.
A estudante de Oceanografia da Ufes Uyara Pahins Coelho disse ter gostado muito da peça. "Gostei do texto e da interpretação da atriz".