Publicada em 26/08/2014, às 17h54 | Atualizada em 26/08/2014, às 17h54
Por Bartolomeu de Freitas, com edição de SEGOV/SUB-COM
Escritor Luiz Guilherme fala da importância da leitura para estudantes

"O Viagem pela Literatura é uma iniciativa das mais louváveis pelo objetivo que tem em vista de criar leitores desde cedo", reconheceu o escritor, historiador e folclorista Luiz Guilherme Santos Neves. Ele proferiu palestra no miniauditório do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) nesta última segunda-feira (25).
Autor de 12 livros só de literatura, Luiz Guilherme discorreu sobre a sua obra, contou histórias, falou de folclore e dialogou com a plateia, formada por estudantes e educadores, e confessou as histórias que ouviu na sua infância que foram um estímulo para que ele se tornasse escritor.
Ele foi o palestrante do "Encontro com o Escritor", promovido pela Biblioteca Municipal. A promoção integra a programação comemorativa dos 20 anos do projeto Viagem pela Literatura.
"Quanto mais leitores o país puder criar, mais se dignifica com a ampliação da visão individual de cada pequeno leitor, que se tornará grande leitor e, sobretudo, cidadão bem informado", disse Luiz Guilherme.
Histórias
Luiz Guilherme foi professor de História do ensino médio por mais de 40 anos. Para ele, a atividade de contação de histórias complementa a iniciativa da Biblioteca Municipal de formar novos leitores. "Através da verbalização do texto e de sua teatralização, conquista-se o pequeno leitor para ele também se tornar o grande leitor cidadão brasileiro".
Ele contou que ouviu muitas histórias quando era garoto. "Histórias contadas por velhas contadeiras, agregadas à família. Na época, não havia contadores de histórias profissionais como os que existem hoje. Não havia rádio nem televisão e a contação de histórias era o programa da pré-noite. Vivenciávamos todo aquele ambiente lúdico da própria história e esse foi um dos estímulos para que eu me tornasse um escritor. Um outro estímulo foi a influência recebida de meu pai, Guilherme Santos Neves, folclorista e professor de Português, que, de outra forma, nos orientou para esse caminho", disse.
Lei Rubem Braga
Luiz Guilherme também falou de suas experiências como escritor, das dificuldades enfrentadas para publicar um livro, e nesse sentido, reconheceu a importância das leis de incentivo à produção cultural. "Você escreve por uma necessidade pessoal, íntima; é quase que um anseio vital. Vejo que a grande dificuldade do escritor é publicar, é encontrar o editor que se interesse pela obra para divulgá-la. Isso ocorre aqui e no resto no Brasil. Mas, hoje, temos as leis de incentivo, como a Lei Rubem Braga em Vitória. Isso cria um espaço para os escritores e pesquisadores. Eu mesmo me vali desse mecanismo para a publicação de trabalhos, e um deles foi o 'Breviário do Folclore Capixaba'".

Livros
Luiz Guilherme escreveu 12 livros de literatura, entre romances, contos e crônicas. Mas sua obra estende-se também a livros didáticos para o ensino da rede municipal e livros sobre a história do Espírito Santo.
A coordenadora do Viagem pela Literatura, bibliotecária Elizete Caser Rocha, ressaltou a importância do escritor Luiz Guilherme e sua contribuição para a formação de leitores, destacando, inclusive, obras do autor voltadas para o público infantil.
"Adorei a palestra desse autor, ele é superdivertido. Confesso que não gosto de ler, mas agora já estou interessada em ler os livros dele", disse a estudante Carla Cristina Alves da Silva.
"Foi bem legal. Ele disse que não sabia falar, mas falou bastante e foi muito simpático. Eu gosto muito de ler, por isso quis vir à palestra. Quando leio, me emociono, choro, parece que aquilo está acontecendo comigo", comentou a estudante Caroline Iraci Vieira Vital.