Publicada em 18/12/2015, às 17h00
Por Paula M. Bourguignon, com edição de SEGOV/SUB-COM
Ex-morador de rua volta ao convívio familiar após passagem na Casa Lar


Com o sabor de vitória pessoal e da reinserção familiar, José Maria Ribeiro, que vivia em situação de rua e driblando um transtorno mental, despediu-se da Casa Lar, onde mora desde 2007, com um belo sorriso no rosto e um saboroso almoço, na tarde desta sexta (18).
Com 55 anos, o usuário está se despedindo do espaço para ir morar com a sobrinha, o cunhado e uma amiga em Castelo Branco, em Cariacica. Na Casa Lar, ele e os demais usuários encontram alimentação, hospedagem, medicação e atividades socioeducativas.
O objetivo é promover a convivência comunitária e familiar das pessoas atendidas. Vitória possui duas unidades, com capacidade para acolher 15 pessoas cada.
José Maria Ribeiro está feliz com a conquista: "Estou bem e feliz. Espero que seja tudo bem na casa da minha sobrinha. Minha rotina vai ser acordar, comprar pão, ajudar na luz e nas compras. Desejo que Deus me dê muita saúde e felicidade neste novo ano".
O usuário Kleber Dias, de 33 anos, desejou boa sorte para José Maria na nova caminhada: "Desejo para José Maria muitas felicidades, união e esperança e, claro, muitos anos de vida".
Reinserção
A coordenadora das Casas Lar, Adneia Santos Gomes, falou da importância da reinserção familiar de José Maria. "Era um usuário que demandava uma atenção em saúde mental. Essa reinserção familiar só foi possível através do desempenho da equipe em apostar nessa possibilidade conforme a Política Nacional de Assistência Social".
A coordenadora de Acolhimento Institucional da Gerência de Alta Complexidade da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), Jhenifer Alvarenga Rodrigues, também destacou a importância do projeto. "Esse projeto é muito importante pois vem para acolher as pessoas com transtorno mental que estariam em situação de rua. Garante a proteção integral regulamentada pela Política de Assistência Social com alimentação, moradia, higiene, acompanhamento psicossocial, incentivo ao restabelecimento e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, além de outros direitos".
"Nosso objetivo é viabilizar aos moradores da Casa Lar a oportunidade do seu retorno ao convívio familiar. A equipe da Casa Lar fez todo um trabalho psicossocial com José Maria e sua família para acolhê-lo, realizando visitas domiciliares, atendimentos individuais visando ao fortalecimento dos vínculos familiares e afetivos", disse a assistente social Silvia Renata Rodrigues, que é referência técnica dos Serviços de Acolhimentos Institucionais para Adultos.
"A reinserção familiar é um processo gradual, tem início com o restabelecimento e fortalecimento dos vínculos entre o usuário e sua família, que, no caso desse morador, durou alguns anos. Nesse período, foram verificadas as possibilidades concretas para que se realizasse o retorno da convivência familiar. A partir do momento em que a família e o usuário manifestaram o interesse na reinserção, realizamos articulação com as políticas setoriais do território da família, do qual o usuário agora fará parte, para que ele continue tendo acesso aos serviços. Faremos o acompanhamento familiar por alguns meses após a reinserção, dando suporte necessário", explicou a assistente social da Casa Lar II Laura Helena Lenzi.