Publicada em 20/11/2018, às 16h50
Por Naira Scardua, com edição de Matheus Thebaldi
Projeto Orla: Vitória inicia pesquisa e ações para a gestão das praias


Esporte, lazer, turismo, pesca... como a orla de Vitória é usada? Será que está sendo usada da melhor maneira e de forma sustentável? É esse estudo que começa a partir de agora junto com a comunidade. A ideia é planejar ações para toda a região costeira da capital. O evento de apresentação do Projeto Orla aconteceu na noite desta segunda-feira (19), no auditório do Palácio Municipal.
O projeto é uma das contrapartidas assumidas pela Prefeitura de Vitória desde que recebeu da Superintendência de Patrimônio da União (SPU) a responsabilidade de gestão de todas as praias do município. O termo de adesão foi publicado no Diário Oficial da União no dia 17 de agosto de 2017.
Vitória foi a primeira cidade do País a aderir ao projeto de gestão municipal das praias.
Novos quiosques
No último verão, os quiosques de Camburi foram um sucesso. O prefeito Luciano Rezende destaca que a expectativa é ainda maior para 2019.
"A licitação já foi feita e as reformas nos quiosques estão a todo vapor. Terá até um 'beach club', com piscina, solarim e atendimento na praia. Um ganho enorme para nossa cidade. Não tem por que os gestores em Brasília decidirem sobre os quiosques em todas as cidades do Brasil. Fico feliz porque saímos na frente e incentivamos outras cidades a aderir ao projeto de gestão municipal da orla".
Projeto Orla
Agora que Vitória aderiu ao programa para ter autonomia na gestão da orla, começa o trabalho definido pelo Governo Federal para que sejam definidas as ações de intervenção, o chamado Projeto Orla.
O secretário de Gestão, Planejamento e Comunicação, Vander Borges, ressaltou a importância do trabalho que será feito. "Vamos ajustar a gestão ao olhar das pessoas que efetivamente frequentam a orla, e não só de Camburi, mas a orla noroeste também, como Jesus de Nazareth, Ilha das Caieiras, Santo Antônio... cada lugar merece um olhar diferenciado. Vamos contar a participação de quem vive e frequenta esses lugares", enfatizou.
Representante da SPU no Estado, Inez Monfardini de Freitas explicou que o Projeto Orla é uma ação iniciada no âmbito do Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente e Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, os quais têm como representantes nos estados o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
"Hoje, temos 14 municípios litorâneos no Espírito Santo e 10 aderiram ao programa. Durante o trabalho que será feito em grupos com representantes dos governos e sociedade, iremos fazer um diagnóstico do uso e ocupação dos espaços litorâneos e propor melhorias. Vamos dividir os trechos do litoral em grupos de trabalho. O Governo vai acompanhar de perto para que a orla seja utilizada de forma sustentável", disse.


Etapas
A primeira etapa do projeto foi o evento de apresentação. O próximo passo é a realização de duas oficinas com representantes da sociedade e do governo que vão atuar diretamente na elaboração do diagnóstico da orla e na sugestão de ações.
O trabalho será feito pela Visão Ambiental, vencedora da licitação, para executar a pesquisa. Douglas Cerqueira, consultor da empresa, explicou que 40 pessoas vão participar das oficinas. "Vamos realizar a primeira oficina, com duração de cinco dias. Depois haverá um intervalo para que os participantes possam disseminar as informações levantadas e, após dois meses, realizaremos a segunda oficina de finalização".
Incentivo
O workshop de abertura do Projeto Orla contou com a presença de várias entidades, representantes das comunidades e moradores da capital. Quem fez parte da mesa diretora do evento fez questão de ressaltar os seus benefícios.
"Nossas principais cidades estão na orla, temos que saudar esse importante passo e realizar ações concretas para aproveitar esses nossos ativos ambientais, históricos e culturais", disse Luiz Paulo Velloso Lucas- ex prefeito de Vitória.
"Assumir a gestão municipal das praias foi uma decisão acertada da Prefeitura de Vitória. O prefeito fez uma condução firme junto ao Governo Federal para liberar essa cessão. Vejam o exemplo dos quiosques, eram um entrave e agora está tudo praticamente resolvido", disse o vereador Fabrício Gandini.
"É bom lembrar que temos também a orla noroeste, que inclui a Grande São Pedro. Sabemos que a Prefeitura tem um grande projeto para essa região e ficamos muito satisfeitos porque a comunidade está sendo ouvida", disse o vereador Wanderson Marinho.
"É muito importante esse momento para nós, moradores e lideranças comunitárias, porque buscamos sempre o diálogo e o compartilhamento de informações", disse Graciete de Souza, que é presidente do Conselho Popular de Vitória.
"O nosso contato com o município tem sido muito bom, os técnicos são bastante solícitos. Fiquei impressionado com o projeto de reformulação da Baía Noroeste, que vem trazer um novo olhar sobre a orla daquela região, com intervenções significativas, não só em obras, mas com políticas públicas em geral", afirmou Pablo Prata, que é coordenador da Gerência Costeira e Territorial do Iema.
"Temos várias atribuições, entre elas, o cuidado com as praias marítimas e fluviais. É muito difícil cuidar de todo o litoral do nosso Estado, por isso procuramos estimular que os municípios façam a gestão da sua orla em conformidade com as regras federais. Para nós, Vitória ter sido a primeira cidade a aderir ao programa foi um grande estímulo a outras cidades, não só aqui do Estado, mas de todo País", disse José Carlos de Oliveira Machado, superintendente do Patrimônio da União do ES.

