Publicada em 16/03/2010, às 12h00
Por SEGOV/SUB-COM (secomeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Deyvison Longui
Repovoamento do mangue vai beneficiar famílias que vivem da cata do caranguejo

Para o presidente da União de Catadores de Caranguejos, Vacildo da Silva Lucas, a pesquisa e o resultado são de importância vital para a categoria e para o meio ambiente. Segundo ele, as 135 famílias de Vitória que vivem da cata de caranguejos precisam de parceria para o repovoamento do mangue.
"Sentimos na pele a extinção do caranguejo. Cada dia temos mais dificuldade de encontrar o produto em boa qualidade. Encontramos caranguejos pequenos e entramos mais mangue adentro para achar os animais", diz Vacildo Lucas.
Ainda de acordo com ele, a doença assusta menos que a poluição. "É incrível o que a gente encontra dentro do mangue, diz o catador.
Para que a pesquisa tenha continuidade há dependência de recursos municipais, estaduais e federais, já que o Ministério de Ciência e Tecnologia, Fundação de Amparo a Pesquisa no Espírito Santo (Fapes), Petrobras, Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) também são financiadores do projeto.
Etapas
Duas novas etapas estão previstas para este ano e o próximo. Uma delas é a avaliação dos resultados no mangue. "Estamos estudando a melhor área para fazer um cercado, marcar os pontos por global positioning system (GPS), um localizador das distâncias e posições e, assim, fazer controle da espécie", afirma Rodrigo Souza, aluno do doutorado de oceanografia e integrante da equipe da pesquisa.

"Soltaremos as megalopas no mangue e veremos, no período de crescimento quantas sobrevivem, ou seja, com o número de juvenis obtidos veremos se há efetividade no repovoamento", continua ele. "Codificaremos quantos são metamorfoseados para caranguejo", termina.
A outra etapa pode efetivar a parceria com a União de Catadores de Caranguejos de Vitória. O pesquisador propõe que tanques sejam controlados pelos catadores. Eles seriam instalados em área de alta salinidade, característica necessária, cercado por telas que permitam a troca de alimentação com o ambiente do mangue e impeçam a saída das larvas.
"Os catadores teriam a responsabilidade de limpar, diariamente, a tela", diz Luiz Fernandes, doutor em oceanografia e coordenador da pesquisa. Os membros da UCCV apreciaram a proposta e afirmaram que manterão contatos com o pesquisador.