Publicada em 30/09/2013, às 17h33 | Atualizada em 30/09/2013, às 18h02
Por Carmem Tristão, com edição de Matheus Thebaldi
Semana será de teatro, passeio e gincana para os alunos surdos da rede municipal

"As mãos são suas vozes, vozes do silêncio. Os olhos são seus ouvidos, onde não entra barulho. E nós vemos um coração por dentro e fora do seu coração". É com o poema do professor Daniel Junqueira Carvalho que a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo, em Jardim Camburi, abre nesta segunda-feira (30) a Semana de Valorização da Cultura Surda 2013.
Na programação, 63 alunos surdos de sete unidades escolares da rede municipal de ensino vão participar de teatro, gincanas e visitas à Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) e à Escola da Ciência-Física.
Atendendo às diretrizes da Política Nacional de Educação Inclusiva, a Secretaria Municipal de Educação implantou na rede de ensino de Vitória, em 2008, a Política de Educação Bilíngue para os alunos surdos. Ela consiste no respeito à singularidade linguística do aluno com surdez em seu processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, ele aprende a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e a língua portuguesa escrita, como segunda língua.
Atualmente, sete escolas municipais possuem uma equipe de 16 professores bilíngues, 21 tradutores, cinco professores de Libras e 12 instrutores de Libras (esses dois últimos cargos são preenchidos por profissionais surdos) para atender 55 alunos matriculados em cinco escolas municipais e oito alunos em dois Centros Municipais de Educação Infantil.
Programação

Na tarde desta segunda (30), todos os alunos da 5ª a 8ª séries da escola Adevalni Sysesmundo participaram de gincanas e assistiram à peça teatral "A vida de um surdo antes e depois das libras". Já nesta terça (1º), será a vez dos estudantes da 1ª a 4ª séries participarem das atividades.
Esta quarta-feira (2) vai ser especial. Os alunos surdos da Emef Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo e também das escolas Aristóbulo Barbosa Leão, Juscelino Kubitschek, Izaura Marques da Silva e Maria José Costa Moraes vão sair cedo para uma visita à Cesan, em Cariacica, e vão conhecer o processo de tratamento da água que chega em nossas casas.
Após o almoço, o grupo segue para a Escola da Ciência – Física, onde vão poder testar vários equipamentos, como o Gyrotec, que simula a desorientação espacial, ou a escalada em uma parede de oito metros de altura e, de forma divertida, vão aprender sobre vários fenômenos científicos. O local tem a proposta de popularizar a física, abordando conceitos ligados à eletricidade, à óptica e à mecânica de forma a encantar os visitantes.
Já nesta sexta-feira (4), esse mesmo grupo junta-se com os alunos surdos dos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei) Dr. Denizart Santos e Jacyntha Ferreira de Souza Simões e eles seguem para a Emef Adevalni Sysesmundo Ferreira, totalizando 63 alunos surdos. Lá vão participar de atividades especiais, que incluem boas-vindas e um dia inteiro de gincanas, apresentações, oficinas, teatro e outros.
Libras
O princípio da comunicação reza que não importa como a mensagem seja emitida, mas que seja entendida. Por isso, nem sempre a audição é necessária para comunicar. Sendo assim, entre os surdos, os olhos ouvem o que as mãos falam. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão, pois constitui-se num sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, que transmite ideias e fatos.