Publicada em 26/02/2016, às 18h05
Por Carmem Tristão, com edição de Matheus Thebaldi
Com a colaboração de Maxuel Rodrigues
Zika: alunos caçam larvas e fazem paródia e teatro no combate à doença


A expectativa era grande. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé, todos estavam à espera do Hino Nacional. Quando ele foi anunciado, veio a surpresa: ele seria cantado a capela. Além disso, quando todos menos esperavam, entrou um grupo de crianças carregando as bandeiras de Vitória, do Estado e do Brasil.
A programação fez parte do segundo dia de mobilização estudantil da campanha nacional do Ministério da Educação "ZikaZero", nesta sexta-feira (26).
O dia começou com panfletagem e o grito de guerra "Xô mosquito da dengue, não quero ficar doente", dado pelos pequenos do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Rubens Duarte de Albuquerque.
Os alunos da Emef Otto Ewald Júnior compuseram um rap e uma poesia e mostraram desenvoltura na hora da apresentação. A poesia entrou mais uma vez em cena com Isabela Silva, do 5ºB, com "Xô dengue, Zika e chikungunya". "Temos que nos unir para combater", disse a aluna.
A ação contou com a presença do prefeito em exercício, Waguinho Ito, da secretária municipal de Educação, Adriana Sperandio, e da pró-reitora de Extensão da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), professora doutora Angélica Espinosa Barbosa Miranda, além de representantes das unidades de saúde de Bonfim, Itararé e Consolação.
As Emefs Otto Ewald Júnior, de Itararé, e Paulo Roberto Vieira Gomes, de São Benedito, também participaram. Já os pequenos foram representados pelos alunos dos Cmeis Rubens Duarte de Albuquerque e Theodoro Faé, ambos de Itararé.
Conversa com os pais
"O papel das crianças é muito importante no combate ao mosquito. Peço para que, ao chegarem em casa, conversem com seus pais para olhar os quintais. Vitória é a única cidade do Estado que tem diminuído a proliferação do Aedes aegypti", disse Waguinho Ito.
Paródia e teatro
Os pequenos da Emef Paulo Roberto Vieira Gomes, em parceria com o Serviço de Engajamento Comunitário (Secri), fizeram uma paródia da música “Bang”, da cantora Anitta, que foi composta pelos próprios e alunos, nomeada "Dengue". Eles dançaram e empolgaram os presentes. Quem também cantou foi o coral Algazzara, com a música "Sina", de Djavan, sob a regência de Alice Nascimento.
A encenação ficou por conta dos técnicos do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA), da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), que fizeram uma adaptação da história do “Flautista de Hamelin”, que é um conto folclórico, reescrito pela primeira vez pelos irmãos Grimm, que narra um desastre incomum na cidade de Hamelin, na Alemanha, em 26 de junho de 1284. A cidade é invadida pelos ratos e o flautista os salva.
Maquete
O CVSA ainda montou uma maquete com duas casas: uma correta e uma incorreta. Os alunos puderam identificar os pontos onde havia objetos indevidos que pudessem ser locais para o mosquito colocar os ovos.
Depois, os "Caçadores de Larvas" entraram em cena distribuindo os cartões verde (se estivesse tudo certo), amarelo (se tivesse que tomar cuidado) e vermelho (quando encontrado algum objeto indevido) durante vistoria na Emef.
Trabalhos
"Essa ação é muito especial porque é o momento em que nós iremos conhecer os trabalhos que as escolas realizam. Esperamos que, com essas experiências, os alunos levem essa aprendizagem para casa e mostrem aos pais, tios e família inteira para podermos reverter esse problema que estamos tendo com o mosquito", disse a secretária municipal de Educação, Adriana Sperandio.
"É um prazer enorme fazer parte dessa mobilização. Acho que é um compromisso de todos como cidadãos combater esse mosquito. Eu queria colocar a Ufes à disposição da Seme e de Vitória para, juntos, combatermos o mosquito", disse a pró-reitora da Ufes, Angélica Espinosa Barbosa Miranda.

