Publicada em 30/11/2015, às 10h00
Por Janete Carvalho, com edição de Matheus Thebaldi
Aids: tratamento no Centro de Referência garante sobrevida de soropositivo

Cerca de 3 mil pessoas são acompanhadas no controle do HIV positivo no Centro de Referência de Infecções Sexualmente Transmissíveis, no Centro. Lá, o paciente recebe tratamento especializado, pode fazer os testes e ter aconselhamento.
Segundo o diretor do Centro, Lauer Sardenberg, a equipe de trabalho é interdisciplinar, com médicos (infectologistas, clínicos, ginecologistas e proctologistas), enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, para acompanhar o soropositivo durante a vida toda.
"Quem escolhe fazer o tratamento da Aids aqui consegue uma sobrevida normal. O problema é quando o paciente abandona o tratamento e, em consequência, fica debilitado por causa de doenças oportunistas que podem levar à morte", ressaltou o diretor.
Persistência no tratamento
O paciente Sidney Parreiras Oliveira, 45 anos, é soropositivo há 20, e, durante todo esse tempo, vem fazendo o tratamento com o uso correto de medicamentos fornecidos pelo Centro de Referência DST/Aids de Vitória. Aos 25 anos, durante o trabalho de técnico em laboratório, ele mesmo fez o exame de sangue e descobriu que tinha sido contaminado pelo vírus HIV. Depois de três otites (inflamação no ouvido), o médico deu o diagnóstico e ele iniciou o tratamento da Aids.
"Foi um grande vacilo, mas eu estava muito envolvido e não usei o preservativo. Ao descobrir que tinha o vírus, foi desesperador e angustiante. Na época, a Aids estava surgindo e não tinha um serviço formado, mas eu trabalhava na saúde e busquei ajuda", declarou ele, que é o representante capixaba da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids.
Ele também é membro do Conselho Municipal de Saúde e trabalha como voluntário ajudando outras pessoas que contraem o vírus.
Para manter a saúde, ele ingere, diariamente, quatro tipos de remédios que controlam o vírus. "Hoje, minha vida é tranquila porque aprendi a aceitar e viver com o tratamento e o HIV. O que digo para todos é que viver com Aids é possível, mas é melhor viver sem ela. Por isso, não banalize o sexo, a vida e o seu corpo. É melhor se prevenir e usar o preservativo nas relações sexuais, buscar informação e evitar o preconceito ao falar sobre o assunto", ressaltou ele.