Em uma tarde marcada por emoção, partilha e reconhecimento, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv) celebrou, nesta quarta-feira (6), seus 19 anos de atuação em Vitória. O evento, realizado no auditório da Casa do Cidadão, também lembrou os 19 anos da promulgação da Lei Maria da Penha, reforçando a luta histórica pelos direitos das mulheres e o combate à violência doméstica e familiar.
A programação contou com a presença de mulheres atendidas pelo serviço, profissionais da rede de proteção, servidores públicos e coletivos de mulheres, compondo um ambiente coletivo de fortalecimento e resistência.
A abertura do evento reuniu autoridades locais e foi seguida de uma apresentação musical da cantora Bruna Perê. Em seguida, a assistente social Penha Cristina de Souza Nascimento conduziu a palestra "Esperançar: é sempre tempo de recomeçar e sonhar".
Leonardo Silveira
Celebração dos 19 anos do Cramsv.
Coordenadora do Cramsv, Fernanda Vieira destacou o papel essencial do serviço e da rede de proteção. "O Cramsv é um espaço de recomeço. Aqui, oferecemos escuta, orientação, apoio e trabalhamos para que as mulheres possam ressignificar suas histórias. Nosso compromisso é com a vida e com a autonomia de cada uma", afirmou. Para ela, o enfrentamento à violência vai além do atendimento técnico: envolve um trabalho contínuo de reconstrução da autoestima, da dignidade e da liberdade das mulheres.
"Se não fosse o Cramsv, eu não sei nem se estaria viva hoje para contar", disse uma das mulheres atendidas no Centro, ao lembrar o acolhimento recebido. Outra destacou: "Aqui eu encontrei escuta e orientação. O Cramsv me mostrou que existe uma rede de apoio. Isso fez toda a diferença."
Ao longo de quase duas décadas, o Cramsv tem oferecido atendimento humanizado e interdisciplinar - psicológico, social e jurídico - às mulheres em situação de violência doméstica e intrafamiliar, atuando em rede com serviços da assistência social, saúde, segurança pública, justiça, educação e organizações da sociedade civil.
O encerramento da programação foi marcado por um coffee break que oportunizou a troca entre as participantes e celebrou o compromisso coletivo com o enfrentamento à violência de gênero.