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Cidades Digitais, como Vitória, ampliam conceito de cidadania
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Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Deyvison Longui

No segundo dia da 10º Oficina para Inclusão Digital, que se realiza no Centro de Convenções de Vitória, o público pode dialogar sobre Cidades Digitais e o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
Criado, em 2010, com a meta de conectar à web 40 milhões de domicílios até 2014, o programa visa a implantação de infraestrutura, popularização de terminais, como tablets, e estimular a oferta de serviços e aplicativos na rede.
“É um programa diferenciado, que não pode ser mensurado como os projetos tradicionais, em termos de retorno financeiro ou de público atingido. O programa vai levar serviços, possibilitar distribuição de riquezas e transformações na sociedade como um todo”, disse o gerente de Inovações Tecnológicas do Ministério do Planejamento, Corinto Meffe.
Para prover a infraestrutura – por cabeamento ou satélite – e a interligação de todos os órgãos do governo Federal, previstos no Plano, foi reativada a Telebras.
“Vamos levantar empreendedores locais em todas as regiões do País que possam fornecer infraestrutura e serviços. Assim, vamos reduzir os custos com o acesso e com a banda larga”, explicou Paulo Eduardo Kapp, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Telebras.
“Queremos que todos os brasileiros, moradores de cidades com 5 mil habitantes ou em grandes centros, possam ter acesso a serviços públicos e à informação. Assim, poderão obter seus prontuários eletrônicos, verificar as notas do filho na escola e cobrar mais eficiência dos gestores públicos”, definiu Heliomar Medeiros de Lima, diretor de Serviços de Inclusão Digital da Ministério das Comunicações,
Vitória
Vitória é a quarta capital mais digital do Brasil, de acordo com o Índice Brasil de Cidades Digitais. Lançado este ano, o índice considera critérios como infraestrutura tecnológica (presença de equipamentos primários, banda, cobertura geográfica), acesso público, disponibilidade de serviços digitais e recursos de acessibilidade como, por exemplo, para pessoas com deficiências físicas ou analfabetas.
Foram analisados 100 municípios e os primeiros colocados foram Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Vitória. “A Cidade Digital é um conjunto de ações e serviços por meio digital em favor do cidadão”, define o gerente de Inclusão Digital, da Secretaria Municipal de Trabalho Geração e Renda (Setger), Hugo Santos Tófoli.
Na capital, uma infovia de fibra óptica, a Metrovix, faz a integração de 80% dos prédios públicos da cidade com velocidade e qualidade de conexão. O programa Vitória Digital proporciona sinal livre de internet em sete pontos da cidade, como bairros, praças, parques, Mercado São Sebastião e o Centro de Referência da Juventude. E o município ainda mantém 22 telecentros.
“Os telecentros destinam-se à população que ainda não é incluída digital, que não conhece a ferramenta. Lá, o cidadão recebe capacitação, inscreve-se para empregos, utiliza serviços públicos”, explica Tófoli.

É o caso de Jorge Matias, de 56 anos, que freqüenta o Telecentro do Parque Moscoso, especialmente na hora do almoço. “Tenho acesso ao Facebook, ao Twiter, aos meus e-mails e me comunico com o mundo todo”, conta.
Segundo a agente de inclusão digital, Rogéria Barbosa Rego, o público do local vai desde crianças (até 12 anos, acompanhadas pelos pais), que fazem seus trabalhos de escola, até idosos. “Recebo pessoas com mais de 86 anos de idade, que digitam textos, lêem notícias, enviam mensagens para os filhos e netos”, conta.
A Cidade digital está ainda no transporte coletivo. Os 350 ônibus da cidade são monitorados, via satélite, com equipamentos GPS, proporcionando maior controle da frota e pontualidade para o usuário.
Na saúde, a coleta informações sobre focos de dengue é feita por um sistema digital on-line, o que possibilita a ação pontual rápida do gestor público.