Publicada em 15/06/2022, às 14h50 | Atualizada em 15/06/2022, às 15h03
Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Idosos ocupam espaços públicos para pedir mais amor e respeito aos seus direitos
O evento alusivo ao "Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa", celebrado oficialmente hoje, 15 de junho, levou muitos idosos e pessoas que abraçam essa causa às ruas de Vitória."Eu sei que sou a exceção. Sou bem tratada. Meus filhos brigam para ficar comigo, mas não por causa do meu dinheiro". Essa afirmação foi feita pela ex-lavadeira Laurita Alves Soares, de 84 anos, durante uma das ações.
Laurita, disse que hoje desfruta dos benefícios de ser uma pessoa idosa. "Tenho liberdade para ir onde quero. Já cumpri com minha obrigação. Formei meus filhos. Eu faço com meu dinheiro o que quero e, ainda, ganho presentes dos meus filhos. Eles me convidaram para morar com eles para eu não ficar sozinha, mas faço tudo o que quero", comentou.
Ela revelou que, quando criança, ajudava a tomar conta dos irmãos menores, quando maior de idade trabalhava com lavadeira e, ainda, ajudava o marido na lavoura. "Tive uma vida marcada por muitas lutas para criar seus 12 filhos - nove biológicos e três "de criação". Mas, hoje, vivo bem, tranquila e bem cuidada por minha família. Mas, conheço várias muitas histórias de idosos que sofrem violações de seus direitos. Por isso, estou aqui nesse ato para pedir o fim da violência contra a pessoa idosa", falou Laurita.
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, fez questão de participar da mobilização na praça Regina Furieri Furno, em JArdim da Penha, alusiva ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. "Quero deixar claro e reafirmar o nosso pacto pela vida, por cuidar melhor e, principalmente, o nosso respeito, carinho e admiração pela história de vida de cada um dos nossos idosos", afirmou.
Amor, respeito e independência
Chamar atenção das famílias para darem mais amor, respeito e independência financeira para a pessoa idosa foi o que motivou Creuzenir Miranda, de 69 anos, a participar do ato em defesa dos direitos da pessoa idosa na manhã desta quarta-feira (15), na Praça Regina Furieri Furno, em Jardim da Penha.
Na ocasião, a idosa aproveitou para dar um recado para as famílias. "A pessoa idosa precisa fazer o que gosta. Ter seu espaço. Às vezes, os netos ocupam nosso espaço, mas todos nós temos que ter o nosso tempo livre. Temos que ter esse direito", alertou ela.
Para a idosa Magaly Rangel, de 66 anos, promover atos públicos sobre os direitos da pessoa idosa é importante para garantir direitos básicos. "O idoso merece muito amor. Já viveu muita coisa. Já se doou muito. Acredito que esse seja o primeiro direito humano", destacou ele.
Esta também é a fala da idosa Ignácia Borges Fraga, de 90 anos. "Essa violência, muitas vezes, acontece dentro de casa, dentro da família. Vejo isso nos jornais", contou ela.
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, toda a sociedade deve estar atenta à violência contra a pessoa idosa, que não é apenas a violência física. "Estamos, aqui, pela política da Assistência Social, pela garantia dos direitos que não passa apenas pela Secretaria de Assistência Social. Existe um direito que é o da convivência. E temos, nos territórios da Assistência Social, espaços para que esse direito seja trabalhado", ressaltou a secretária.
Durante toda a manhã e tarde desta quarta-feira foram realizadas ações alusiva ao Dia 15 de junho em diversos pontos da cidade. Na praça Regina Furma, de Jardim da Penha, aconteceram apresentações musicais, oficina de movimento, leitura de poesia e, o ponto alto da mobilização foram as encenações teatrais que tiveram como protagonistas usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo da região.