Publicada em 15/09/2021, às 12h51

Por Brunella França, com edição de Andreza Lopes

Instalação artística trabalha emoções e valorização da vida em unidade de ensino


Divulgação Seme
Instalação artística
Instalação artística na Emef Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha.

"Hoje eu vi (...) frescura de manhãs em olhos de crianças". O verso é do poeta Manoel de Barros, no poema “Os girassóis de Van Gogh”. A obra do pintor holandês inspirou uma instalação artística na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha.

O projeto “A vida vale a pena”, liderado pela professora de Artes Márcia Rúbia Frasson Soares, envolveu as turmas do 5º ano A e B, além do 3º ano. A atividade tem relação com a discussão a respeito de saúde mental e valorização da vida que marcam a campanha Setembro Amarelo.

“Pensamos em fazer uma instalação artística que nos fizesse pensar nas pessoas que estão em situação de tristeza e depressão que precisam de motivação. Eu levei para a escola um galho de árvore, cortamos corações e cada estudante das turmas do 5º ano elaborou uma frase de motivação e pendurou na árvore. A turma do 3º ano também participou fazendo uma releitura da obra ‘Os girassóis’, de Van Gohg, por causa da cor, amarelo, e devido à doença mental que ele tinha e que o levou à morte prematuramente”, destacou a professora.

Rede de apoio

A atividade lúdica permite a criação de uma rede de apoio no ambiente escolar, um espaço seguro para a manifestação dos sentimentos dos estudantes. Além da criação de um vínculo com cada estudante.

“Esse vínculo e a discussão sobre o tema de valorização da vida pode revelar quem entre nossa equipe de professores ou estudantes esteja precisando de ajuda. Além de ser um momento de escuta, pois os estudantes têm a necessidade de se abrir, conversar e contar suas dificuldades”, pontuou a professora.

Acolhimento

Ao longo das atividades, conceitos de empatia, afetividade e autocuidado estão sendo trabalhados com os estudantes. Se já era importante abordar essas questões antes da pandemia do coronavírus, após um ano de estudantes cumprindo atividades remotas, fora das salas de aula, e com os impactos causados por esse evento, a necessidade se tornou ainda maior.

Uma em cada quatro crianças e adolescentes ouvidos em estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) apresentou ansiedade e depressão durante a pandemia com níveis clínicos, isto é, com necessidade de intervenção de especialistas.

A pesquisa monitorou a saúde mental de 7 mil crianças e adolescentes de todo o País desde junho do ano passado, coordenada pelo médico psiquiatra de crianças e adolescentes Guilherme Polanczyk.

“Muitas crianças e jovens estão muito desmotivados depois que enfrentaram essa pandemia, apresentando momentos de tristeza, desânimo, desesperança diante da vida. Muitos relatam que têm amigos que estão sofrendo ou que têm um familiar com depressão”, contou a professora Márcia Rúbia.

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