Levantamento mostra queda na infestação do mosquito Aedes aegypti em Vitória
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Por Maria Angela Siqueira, com edição de Matheus Thebaldi
Wilbert Suave
Ações integradas colaboraram para a queda na infestação do mosquito nos bairros da capital
O novo Levantamento Rápido da Infestação do mosquito Aedes aegypti (Liraa) em Vitória, realizado na última semana de abril (25 a 29), mostrou que o índice de infestação do mosquito no município caiu de 2,2%, em janeiro, para 1%, reduzindo o risco de transmissão de doenças como dengue, Zika vírus e chikungunya.
As ações integradas de mobilização e conscientização da população realizadas em 46 bairros do município, com o apoio da Marinha, Exército e Corpo de Bombeiros, são apontadas como uma das principais contribuições para a queda, junto com as ações de rotina executadas pelos agentes de endemias e pelas unidades de saúde, por meio dos agentes comunitários e equipes de saúde, além de maior conscientização da população.
Os agentes de endemias também realizaram ação de bloqueio espacial com inseticida em 36 bairros de janeiro a março deste ano, visando à eliminação do mosquito.
Liraa
O Liraa é realizado quatro vezes por ano no município, sendo um importante instrumento para indicar os principais criadouros, o risco de transmissão (alto, médio ou baixo) e apontar as ações que devem ser desenvolvidas em cada região, conforme o depósito e as orientações sobre os cuidados que a população deve adotar para o controle do vetor.
Para o levantamento, os bairros de Vitória foram separados em 13 estratos. Em nove deles, o nível de infestação foi identificado como "baixo" e, em quatro estratos, como de "médio risco", a exemplo dos bairros Ariovaldo Favalessa, Mário Cypreste, Caratoíra, Santa Tereza, Cabral, Quadro, Santa Clara, Ilha do Príncipe, Horto, Consolação, Bonfim, Maruípe, Tabuazeiro, Santa Luiza, Barro Vermelho, Praia do Canto,
Santa Lúcia, Santa Helena, Praia do Suá, Jesus de Nazareth, Enseada do Suá, Ilha Bela, Ilha do Frade, Pontal De Camburi, Jardim da Penha, Mata da Praia, Bairro República, Morada de Camburi e Boa Vista.
Apesar do resultado do Liraa ter sido positivo em relação ao anterior, realizado em janeiro, a coordenação técnica da Vigilância Ambiental em Saúde ressalta que há necessidade de delinear medidas de enfrentamento sobre o resultado apresentado, seja nos estratos que apresentaram baixo risco, seja naqueles com índice de infestação acima de 1,0% (ou seja, com médio risco de transmissão das doenças).
Criadouros
Arquivo PMV
Caixa d´água é um dos principais criadouros do mosquito Aedes aegypti
Os tonéis com água para consumo humano aparecem como principais criadouros em sete estratos, o que preocupa a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) por serem criadouros grandes e importantes, demonstrando a necessidade de investimento em saneamento básico para que a água para consumo chegue em todas as residências em quantidade e qualidade adequadas, evitando a reserva em locais inapropriados que servem de criadouro para desenvolvimento do mosquito.
Em seguida, aparecem os ralos, os pratos de vasos de plantas e lixo. Caixa d’água destampada, que não aparecia entre os principais criadouros, aparece em dois estratos nesse último levantamento.
"Por isso, desenvolvemos um plano de intervenção, cuja proposta tem como objetivo provocar um movimento articulado/simultâneo/integrado entre as equipes de assistência e a equipe de Vigilância Ambiental, utilizando os dados obtidos no trabalho de pesquisa realizado pelos agentes de campo de forma eficiente", observou o biólogo André Capezzuto, referência técnica do Controle de Mosquitos.