Publicada em 19/08/2009, às 07h55
Por José Carlos Mattedi, com edição de Deyvison Longui
Com a colaboração de Brunella França
Peça de Vera Viana no palco do Teatro Galpão neste final de semana

Mineira de Tumiritinga, Vera Viana mudou-se aos nove anos para Vitória. Era ainda menina quando começou a produzir teatro sem nunca ter assistido a uma peça. Aluna do ginásio, Vera montou João e Maria, por iniciativa própria e já dirigindo.
Aos 11 anos, já escrevia e montava seus próprios espetáculos no salão nobre da Escola Ceciliano Abel de Almeida. Em 1974, iniciou carreira nos palcos dos teatros capixabas. Desde então, tem atuado intensamente em projetos culturais.
Desta quinta-feira (20) a domingo (23), um pouco do talento de dramaturga de Vera Viana poderá ser assistido no Teatro Galpão, sempre a partir 20h, na peça O Casamento de Camila e Carolina, escrita em 1985. O espetáculo tem o incentivo da Lei Rubem Braga e realização da Companhia de Teatro Maura Moschen. A censura é de 14 anos.
Vera Viana
Segundo a atriz e jornalista Márcia Gáudio, falar do teatro de Vera Viana é bastante prazeroso. "Ela trata seus personagens de maneira muito especial, proporcionado ao ator o exercício de cada detalhe de suas emoções, de seus sentimentos mais profundos", diz. Márcia descreve a teatróloga como uma autora de espírito atento e observador no trato das questões sócio-emocionais.
Como diretora de produção da TVE-ES, realizou vários documentários, dentre eles Momento de uma Raça, Estrelinhas e Casa de Espetáculo. A vida de Vera Viana é marcada pelo reconhecimento e prêmios em nível nacional.
Mulher, Mulher foi considerado pela crítica capixaba o melhor espetáculo do ano de1982 e recebeu os títulos de autora-revelação, diretora-revelação, melhor texto-pesquisa e segundo melhor espetáculo do 10º Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa, no Paraná.
O mesmo espetáculo foi premiado no Festival de Campina Grande, na Paraíba, e representou o Espírito Santo no Festival Brasileiro de Teatro Amador de Feira de Santana, na Bahia. As Mortas de Nossa Ilha conquistou, no 3º Festival Capixaba de Teatro Amador, os prêmios de melhor espetáculo e melhor texto. Duas Mulheres na Madrugada representou o Estado no 14 º Festival de Nacional de Teatro de Ponta Grossa.
De acordo com a diretora Maura Moschen, Vera Viana sofreu um derrame cerebral em julho de 2005. Viu os colegas, amigos e conhecidos sumirem. "Após o incidente, ela começou a conversar com Jesus Cristo e cenas teatrais começaram a brotar em sua mente. Em três anos, Vera escreveu 34 textos teatrais de pura devoção e fé", revela.
O casamento

A peça mostra duas noivas antes do casamento, revelando segredos, fazendo confidências. Quem mais busca lembranças no passado é Camila, interpretada por Marina Gottardi (19 anos), que traz à discussão até mesmo a facilidade em matemática de Carolina, cuja intérprete é Giulia Samprogna (21 anos).
"Escolhemos apresentar esse drama da Vera porque ela é a maior dramaturga em atividade no Espírito Santo e tem verdadeira paixão por escrever, produzir. Na cabeça dela existe um mundo de sonho", explica Maura.
Camila é misteriosa e dissimulada. Carolina é alegre e determinada. Até se pode dizer que uma é o oposto da outra. Mas, em cena, elas mais parecem o complemento uma da outra. A diretora destaca a cena em que as noivas vestem os vestidos. "O desfecho da peça é outro que merece destaque, é surpreendente. Aliás, a peça toda é imperdível", entusiasma-se.
Serviço
O casamento de Camila e Carolina
Quando: de 20 a 23 de agosto
Onde: Teatro Galpão, na Av. Nossa Senhora da Penha, 2.490, Santa Luiza, Vitória. (27) 3084-6650
Horário: 20h
Quanto: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia), censura 14 anos