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Solenidade marca processo de venda do Clube Saldanha da Gama para o Sesc
Publicada em
Por Danielly Campos, com edição de Matheus Thebaldi


O processo de venda do centenário Clube Saldanha da Gama, no Forte São João, ao Serviço Social do Comércio (Sesc) segue com importantes avanços para a implantação do Museu da Colonização do Solo Espírito-Santense. Na tarde desta sexta-feira (20), dia útil que antecede o feriado de comemoração da colonização capixaba, aconteceu uma solenidade para a entrega do estudo de implantação do museu ao prefeito Luciano Rezende, na sala de reuniões anexa ao gabinete da Prefeitura, e para reafirmar a intenção da entidade na compra do imóvel do município.
"Celebramos essa importante parceria para transformar o Saldanha, que já é um patrimônio cultural, em um museu da memória capixaba. O maior custo do museu será o do acervo. O historiador e professor renomado no Brasil Estilaque Ferreira dos Santos conduziu esse trabalho com o desenvolvimento do escopo do museu", afirmou o presidente da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), José Lino Sepulcri.
A reunião contou com a presença do diretor regional do Serviço Social do Comércio, Gutman Uchoa Mendonça, dos secretários municipais e das equipes da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec), Obras (Semob) e Turismo, Trabalho e Renda (Semttre).
Regularização
"Desde 2013, trabalhamos com empenho para regularizar a edificação. Foi um grande esforço da equipe, que permitirá que a cidade receba esse importante museu no Saldanha, que foi referência histórica na prática de esportes e na realização de grandes bailes", disse a secretária de Desenvolvimento da Cidade, Lenise Loureiro.
Sepulcri elogiou a “sensibilidade cultural” da administração municipal. "Restauramos o antigo Teatro Glória, no Centro, onde gostaríamos de ter implantado esse museu. Mas não foi possível em função do tamanho da edificação. Agora vamos fazer do Saldanha a referência cultural da colonização e da imigração que desejamos. Assim relembraremos a memória de nossos antepassados", reforçou.
O prefeito Luciano Rezende ressaltou que a colonização começou por Vitória e foi um processo muito rico culturalmente para o povo capixaba. "Temos expressiva imigração de italianos, a maior proporcionalmente do Brasil, de alemães, poloneses, pomeranos, portugueses e espanhóis. Esse museu será uma referência no Estado e no País. O Sesc já investiu mais de R$ 50 milhões no Sesc Glória com o restauro, que contou com profissionais de renome internacional. Agora vai implantar esse importante empreendimento no Saldanha, em um dos prédios mais lindos da cidade e que está sem uso".
O prefeito enfatizou ainda que o Museu da Colonização é uma importante ação de revitalização do Centro, assim como a restauração da Casa Porto. "O Centro Histórico é a alma da cidade. Por isso, é importante investir nesses espaços", disse.
História
O Forte São João foi edificado no período colonial para proteger a cidade dos invasores. A fortaleza teve um papel imprescindível para a defesa da Capitania do Espírito Santo, principalmente a partir de 1592, quando o navegador inglês Candish, temido em todo mundo, ameaçava invadir a ilha. Com sua importância nas batalhas, tornou-se testemunho de resistência do povo capixaba que venceu por duas vezes os holandeses.
Em 1767, a edificação ganhou peças de artilharia e enormes paredes de pedra que transformaram o Forte em uma figura imponente de defesa territorial. O Clube de Regatas Saldanha da Gama comprou a antiga edificação do Forte São João, em 1931. Apesar da prática de esportes ser a sua principal atividade, o Saldanha, a partir da década de 20, passou a investir em festas, concursos e eventos que animavam a elite capixaba.
Sempre contando com a influência de seus associados, passou por muitos reparos e reformas até 1984, quando se tornou um imóvel tombado pelo município. A partir daí, nenhuma obra que descaracterizasse a arquitetura original foi realizada. A muralha do clube é tombada em nível estadual e considerada de interesse de preservação.

