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Vitória realiza Seminário Agosto Lilás e destaca avanços na proteção às mulheres
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Por Jucilene Borges (jmoborgeseira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Michelle Moretti


Mais de 150 pessoas participaram do Seminário Agosto Lilás: O papel da rede no cuidado, proteção e prevenção à violência contra a mulher, realizado pela Secretaria de Saúde de Vitória (Semus) nesta quinta-feira (14), no auditório da Escola Técnica do SUS (Etsus).
O Agosto Lilás é uma campanha dedicada à conscientização e ao combate à violência contra a mulher. A escolha deste mês se deu em razão da sanção da Lei Maria da Penha, assinada em 7 de agosto, uma referência fundamental no enfrentamento da violência doméstica no Brasil.
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, reconheceu e agradeceu aos profissionais da rede de proteção, destacando a redução significativa de feminicídios na capital.
"Uma alegria estar aqui neste momento tão importante! Um momento de reconhecimento aos profissionais que fazem a diferença na rede de proteção. Agradeço de maneira franca por este trabalho, que é difícil, de convencimento, mas que tem gerado excelentes resultados para a cidade de Vitória. No ano passado, tivemos uma redução de 67% no número de mulheres vítimas de feminicídio. Neste ano, não tivemos nenhum registro de feminicídio na capital do Estado do Espírito Santo. Esse é um número muito forte, muito eloquente, porque, quando a gente anda pelas outras capitais ou metrópoles brasileiras, infelizmente essa ainda é uma chaga nacional. Vocês estão escrevendo uma história diferente para o restante do país. E nós estamos alcançando esses números tão significativos exatamente porque trabalhamos de maneira integrada, desenvolvendo políticas públicas para quem mais precisa. Vitória hoje é referência para o Brasil na proteção às mulheres, não porque aguardamos a violência acontecer, mas porque estamos sendo proativos e nos capacitando para dar a resposta que toda cidadã brasileira merece. Ninguém pode compactuar com violência, principalmente contra mulheres", disse o prefeito.
Para a secretária de Saúde de Vitória, Magda Lamborghini, a violência contra a mulher é um problema grave e complexo que afeta milhões de mulheres em todo o mundo.
"É uma violação dos direitos humanos e uma ameaça à saúde, à dignidade e à autonomia das mulheres. Neste mês do Agosto Lilás, queremos destacar a importância do cuidado e do acolhimento para as mulheres que sofrem violência. É fundamental criar um ambiente seguro e acolhedor para que elas se sintam confortáveis em buscar ajuda e apoio. A Casa Rosa é um exemplo de instituição que trabalha para oferecer apoio e acolhimento às mulheres em situação de violência. É um espaço seguro e confidencial, onde as mulheres podem encontrar orientação, apoio emocional e ajuda para reconstruir suas vidas", afirmou.
O seminário teve como objetivo sensibilizar os profissionais para o acolhimento de mulheres em situação de violência e fortalecer estratégias de prevenção, proteção e promoção da saúde.
"Durante o seminário, apresentamos os fluxos de encaminhamento intersetorial, com ênfase na rede de proteção às mulheres no município de Vitória; estimulamos ações de prevenção à violência doméstica contra a mulher e de promoção da saúde integral nos territórios, fortalecendo redes de apoio e proteção; e refletimos sobre estereótipos de gênero que podem interferir na (re)produção de violências", frisou a diretora da Casa Rosa, Clícia Rocha.
Casa Rosa
O espaço atende pessoas nos diversos ciclos de vida e suas famílias, residentes no município de Vitória, em situação de violência interpessoal, com ênfase nas violências doméstica/intrafamiliar: violência sexual, física, psicológica, negligências crônicas, entre outras.
A atual gestão implantou a Casa Rosa para oferecer cuidados em saúde, auxílio para superação da situação de violência, reconstrução e fortalecimento de vínculos, de maneira articulada com a rede de proteção. No local, as mulheres recebem todo o suporte e atendimento para que se tornem protagonistas de suas próprias vidas.
A Casa Rosa atende, aproximadamente, 360 pessoas por mês. O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeira e técnico de enfermagem.
O serviço inclui escuta qualificada com avaliação de risco, atendimento médico e psicossocial e avaliação integral das condições gerais de saúde.
As pessoas são encaminhadas por diversos serviços da Rede Pública -- assistência social, escolas, saúde -- e também por órgãos da Rede de Proteção, como o Ministério Público, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Conselhos Tutelares, além de demandas espontâneas.
O local foi inaugurado em outubro de 2021 e, até hoje, já realizou um total de 16 mil atendimentos.