Pessoas assistem a palestra durante Workshop Científico que tratou da biodiversidade da Costa Capixaba
Após explicar como é rica a biodiversidade marinha na costa capixaba, o workshop científico continuou durante a tarde desta segunda-feira (26) trazendo o tema "Projetos de Conservação Marinha do Espírito Santo".
O primeiro palestrante foi o capitão de Mar e Guerra Rogério Paulo Vaz de Araújo, que explicou sobre a Lei 9537/97, que trata da segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional. Ele também abordou a Lei 9966/2000, conhecida como "lei do óleo", mas frisando que a Marinha do Brasil controla e fiscaliza qualquer substância nociva ou perigosa que é lançada nas águas brasileiras, e não apenas o óleo.
Outro membro da Marinha do Brasil que participou do workshop científico foi o capitão de Mar e Guerra Camilo de Lellis Menezes Felippe de Souza. Ele falou sobre o Programa Pró-Trindade, no qual a Marinha apoia logisticamente projetos científicos e tecnológicos na Ilha de Trindade.
Ele lembrou que, com o apoio da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), foi construída em dezembro de 2011 uma base científica para os pesquisadores que ficam na ilha.
Depois, o biólogo Caio Marques abordou os acidentes envolvendo o albatroz na pesca oceânica. O pesquisador explicou que, muitas vezes, a ave acaba presa ao anzol da pesca ao tentar pegar a isca. Para evitar esse tipo de acidente, a equipe da ONG Projeto Albatroz tem orientado os pescadores a utilizar um equipamento chamado Toriline próximo de onde são jogadas as iscas, impedindo que as aves tentem comê-las e sejam pegas também.
O Toriline consiste em dois postes altos, com fitas coloridas no topo para afugentar as aves. Caio também explicou que a equipe pinta lulas, usadas como iscas, de azul, para que elas fiquem da mesma cor do mar, evitando que os albatrozes vejam as iscas. Outra providência para evitar acidentes é realizar a pesca à noite, o que dificulta a visão dos animais. Caio lembrou que, por ano, 100 mil albatrozes morrem nesse tipo de acidente.
Andre Sobral
Participantes leram Carta de Recomendações com metas e observações a respeito da preservação da biodiversidade da Costa Capixaba
Os participantes também puderam ouvir os avanços que o Projeto Tamar vem obtendo desde a sua fundação, há mais de 30 anos, especificamente no Espírito Santo. João Carlos Thomé explicou que, com a participação da comunidade, o projeto consegue multiplicar seus resultados. "Percebemos que as perdas de tartarugas diminuem a cada ano", afirma.
O workshop terminou com a socióloga Heloísa Dias, da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), que explicou o Projeto Conexão Abrolhos-Trindade. Heloísa reforçou a importância do espaço para o estudo da biodiversidade marinha.
Carta de Recomendações
Após o Workshop, os participantes leram uma Carta de Recomendações feita por especialistas com metas e observações a respeito da preservação da biodiversidade da costa capixaba.
Os participantes demonstraram a importância de ser criado um Fórum Capixaba dos Recursos do Mar, a fim de se discutir permanentemente o assunto. A Carta de Recomendações será lida novamente nesta terça (27), no Seminário de Desenvolvimento Sustentável na Costa Capixaba.