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Encantamento e culinária especial no Festival de Torta Capixaba
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Por Rejane Gandini Fialho, com edição de Matheus Thebaldi
Cheiro bom, sabor e tradição. Mais uma pitada de história e está no tabuleiro a deliciosa torta capixaba. A iguaria ultrapassou horizontes e apresenta-se ao Brasil como o prato típico oficial da Semana Santa. Na 11ª edição do Festival da Torta Capixaba, na Ilha das Caieiras, há visitantes de vários lugares que vão experimentar o sabor da ilha.
Até domingo (5), os 11 restaurantes e 30 barracas da região atendem os visitantes das 10 às 18 horas. A expectativa é de que sejam vendidas mais de quatro toneladas de torta durante o festival. Há ainda doces e artesanatos típicos da região sendo comercializados no local.
A padronização levada para o evento no ano passado garantiu um formato justo e adequado e estabeleceu um padrão de qualidade elevado na preparação das tortas. "As próprias desfiadeiras participaram da comissão que definiu expositores, localização de barracas e toda a organização do evento. Isso garante a tradição, além de valorizar a cultura e a economia do local. Unindo fé e gastronomia, temos conseguido aumentar o fluxo turístico", explicou o gerente de promoção da Secretaria de Turismo, Trabalho e Renda (Semttre), Juliano Nogueira.
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, foi à Ilha das Caieiras nesta manhã e lembrou a importância do evento. "Estamos criando raízes com esse festival e a expectativa tem sido superada. Este ano vendemos 25% a mais que no ano passado e nosso objetivo agora é tornar o festival um evento de âmbito nacional. A torta capixaba é uma tradição e um orgulho do povo do Espírito Santo. E o Festival da Torta Capixaba merece toda a nossa atenção, com programação visual, treinamento e capacitação, Guarda Municipal 24 horas, limpeza simultânea, tudo isso para receber bem todos que prestigiam o evento".
Artigo
Maria das Graças Silva mora em São Paulo e veio pesquisar para organizar um artigo para a faculdade onde estuda. O objetivo é indicar a torta capixaba como patrimônio histórico cultural e imaterial da humanidade. "Vim aqui para buscar os elementos históricos e culturais que podem nos levar a essa certificação", explica a estudante.
O empresário Fábio Borgo morou 25 anos na Itália, lá construiu sua família e há dois anos retornou ao Estado. Pela primeira vez visitou o Festival da Torta, mostrou aos filhos um pouco da história retratada no Museu do Pescador e se encantou com as belezas e culinária do local. "Essa região melhorou muito e isso enriquece nossa cultura. A Prefeitura está de parabéns pela excelente organização".
Do Timor Leste veio a psicanalista Simone de Assis, uma capixaba selecionada para participar de um programa nacional de culinária. Há 15 anos, Simone e a família realizam trabalho humanitário no país asiático. "Vim aqui para aprender a fazer a torta porque na entrevista para participação no programa me pediram logo para fazer uma torta capixaba e eu quero fazer bonito". A desfiadeira Simone Leal não mediu esforços e deu as dicas para que a xará se dê bem no programa.
Raul Gomes é corretor de imóveis e veio ao festival garantir o almoço da família nesta Sexta-Feira da Paixão. "Nós, capixabas, não sabemos desse cantinho aqui. Eu vim na primeira edição e retornei somente agora. Estou impressionado com a organização e com esse resgate do tradicional que é tão importante para o desenvolvimento", afirma o morador de Serra, que nasceu e foi criado em Vitória.
