Publicada em 15/12/2010, às 15h20 | Atualizada em 15/12/2010, às 15h51
Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Deyvison Longui
Exposição traz releituras de Tarsila do Amaral no Cmei Denizart Santos

O Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Dr. Denizart Santos, no Centro, está de portas abertas para a arte. Até esta sexta-feira (17), a unidade de ensino realiza a exposição "Diálogos com Tarsila do Amaral", com trabalhos de releitura de uma das maiores artistas do modernismo brasileiro.
As obras, confeccionadas em acrílico sobre tela por alunos do grupo 6 e do 1º ano de ensino fundamental (5 e 6 anos de idade), estão expostas ao público, diariamente, das 7 às 17h. Entre as reproduções, destaque para os clássicos "A Negra" e "Abaporu".
A exposição integra o projeto "Tarsila do Amaral", desenvolvido junto a todas as crianças do Cmei pelos professores dinamizadores Eucymara Guimarães do Amaral (Artes), Alexandre Freitas Marchiori e Giovana Barbosa da Silva, ambos de Educação Física.
A professora Eucymara explica que, no início do ano, os alunos foram apresentados à história da artista, desde sua infância até a fase adulta. "A partir daí, levamos os alunos a retratar aspectos da vida de Tarsila e de seus personagens por meio da dança, da capoeira, do teatro e das artes plásticas, promovendo a interlocução entre essas áreas", diz.
"As crianças nos surpreenderam muito durante o ano. A entrega e a maturidade que eles demonstraram durante as pinturas, ensaios e apresentações culturais revelam toda sua capacidade, potencial e talento", afirma.
A artista
Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, no município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', em 1904.
Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas brasileiros, Tarsila iniciou sua fase artística "Pau-Brasil", dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos nacionais"(mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana.
Casou-se com Oswald de Andrade, em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, em Paris. Em 1928, Tarsila pinta o "Abaporu", cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", obra que originou o Movimento Antropofágico e, atualmente, é a tela brasileira mais valorizada do mundo, avaliada em 1,5 milhões de dólares.