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Encontro Brasil-Alemanha quer ampliar comércio entre as duas nações

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Por Fabrício Faustini (fafaustinieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Rafael da Silva Paes Henriques


Marcos Salles
27º Encontro Econômico Brasil Alemanha
Empresários, dirigentes e autoridades participam do Encontro Brasil-Alemanha que vai até esta terça
Marcos Salles
27º Encontro Econômico Brasil Alemanha
Na abertura, prefeito João Coser elencou os investimentos feitos na cidade com foco no desenvolvimento das relações comercias

O ministro de Estado da Economia e Tecnologia da Alemanha, Karl-Theodor Freiherr Zu Guttenberg, elogiou a hospitalidade dos organizadores do evento e da população do Estado que fez com que se sentisse em sua terra natal, durante a abertura do 27º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, na manhã desta segunda-feira (31).

O evento prossegue até esta terça-feira (01/09), no Centro de Convenções de Vitória, em Santa Lúcia. Esta é a primeira vez que o Estado recebe uma conferência deste porte. O prefeito de Vitória, João Coser, participou da mesa de abertura do EEBA. Secretários municipais de diversas pastas também estiveram na solenidade de abertura.

Na manhã desta segunda-feira (31), o  ministro alemão disse que a crise foi um grande susto mesmo para países desenvolvidos. No entanto, serviu de lição e aprendizagem num mundo que teve sua configuração alterada. Ao mesmo tempo, países em desenvolvimento e que apresentam dificuldades estruturais, como o Brasil, souberam como se posicionar e são referência quando as questões consideradas são econômicas.

Comércio

O comercio Brasil-Alemanha, entre importações e exportações, nos últimos 20 anos, informou o dirigente saltou, de 3,4 bilhões de dólares em 1989, para mais de 21 bilhões de dólares neste ano. Para ele, a tendência é que os números relativos aos negócios aumentem mais, porém, isso só se constituirá com uso de tecnologia e competência logística. "Estamos no caminho certo e a captação desse Encontro para cá reforça nossa aliança", elogiou.

Freiherr Zu Guttenberg se disse convicto do papel de destaque que o Brasil possui pelo empenho e dedicação de seu empresariado e do perfil de seu povo trabalhador. "Nos orgulhamos de nossa relação histórica e do ganho bilateral entre nações amigas", apontou.

O dirigente elogiou também a beleza da capital e a maneira profissional como são tratados os negócios, além do perfil dos dirigentes. Para ele, num mundo tão competitivo e cada vez mais integrado essa postura é decisiva.

O presidente da Confederação da Indústria Alemã (BDI), Hans-Peter Keitel, elogiou a maneira carinhosa e profissional como foram recebidas as delegações do país europeu. O dirigente destacou também as belezas e a infraestrutura de Vitória, cidade escolhida para receber o evento durante sua última edição, na cidade alemã de Colônia, há um ano.

Fortalecimento

Segundo Peter Keitel, em 1847, quando teve início a imigração alemã para o Espírito Santo, a história do Brasil e da Alemanha se aproximou de maneira decisiva. Não apenas as questões ligadas à cultura, mas os negócios também foram se fortalecendo ao longo do século. "Mais que parceria, a relação é de amizade e cooperação", destacou.

Apesar da crise financeira enfrentada pelo mundo, o Brasil não se enfraqueceu e manteve sua posição de destaque no continente Sul-Americano. A nação, contou o presidente, manteve a liderança e segue em ritmo de crescimento, o que demonstrou o fortalecimento das instituições, dos empresários e da população, inclusive dos descendentes.

Ele contou que na Alemanha as indústrias têm uma força muito grande e que o modelo de privatização adotado e com limitações importantes foi bem sucedido. "Investimos em tecnologia, infraestrutura, inovações e energia e colhemos os resultados, apesar da crise que nos assustou ano passado", destacou, ao reforçar a importância da sustentabilidade e como o Espírito Santo tem bons exemplos nesse sentido.

Keitel enalteceu o valor das indústrias em sua terra e elogiou o valor que possui o setor de serviço em Vitória, que impacta diretamente a economia da Capital.

Cooperação

O prefeito de Vitória, João Coser, destacou que o Encontro é uma excelente oportunidade para estreitar os laços comerciais existentes e, ao mesmo tempo, abrir novos campos de cooperação econômica, técnica e científica com empresas e instituições alemãs. Coser ressaltou a necessidade de se ampliar as relações comerciais do Espírito Santo com a Alemanha. "Destaco o setor de serviços, porque esta é a mais clara e forte vocação econômica da nossa capital", salientou.

O prefeito elencou os investimentos feitos na cidade com foco no desenvolvimento das relações comercias. "Estamos ampliando nossa capacidade e competência em áreas de alto valor agregado, como design industrial, tecnologia da informação, turismo e comércio exterior", apontou.

Samira Gasparini
Encontro Econômico Brasil Alemanha Painel Petróleo Gás e Energias Renováveis
Petróleo e Gás e Energias Renováveis foram um dos temas em discussão no painel realizado durante a manhã
Carlos Antolini
EEBA - Encontro Econômico Brasil-Alemanha
Salas especiais reúnem os empresários e dirigentes para o fechamento de negócios e parcerias entre as duas nações

Vanguarda

Segundo o prefeito, Vitória caminha para ocupar posição de vanguarda na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias voltadas para a produção, geração e distribuição de energia. João Coser ainda estimulou os empreendedores de Vitória a tirarem o maior proveito possível das oportunidades criadas no evento.

O governador Paulo Hartung falou do orgulho do Estado em receber uma delegação formada por autoridades e empresários alemães num encontro tão significativo para o mundo. "Nossa história em comum já é tão rica e sai ainda mais fortalecida numa oportunidade como essa", comemorou, ao ressaltar ainda a importância do Estado e da capital ter se unido a outras entidades capixabas e captaniado o Encontro.

Centralidade

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, destacou a força dos empresários brasileiros no atual contexto da economia mundial. De acordo com ele, o país adquiriu uma posição de centralidade em relação a outros países do continente e de destaque no mundo. Ele exemplificou com a boa relação com os países da União Européia, inclusive a Alemanha, numa relação de troca com acordos já implementados e de beneficiamento mutuo.

Monteiro reforçou a necessidade de reformas, como a tributária e trabalhista, para que a economia se fortaleça ainda mais com empresários empenhados em crescer e se fortalecer beneficiando diretamente a economia. "Queremos atrair mais negócios e esse encontro mostra a disposição em fortalecer essa relação", frisou. A Alemanha é o quarto maior parceiro comercial do Brasil. A Alemanha é o sétimo destino mais importante para as exportações capixabas.

De acordo com a CNI, a Alemanha é considerada uma das maiores potências econômicas e tecnológicas da Europa. No comércio com o Brasil, dados de 2008 apontam que exportações brasileiras para a nação germânica somaram US$ 8,85 bilhões (crescimento de 22,7% em relação ao ano anterior), enquanto as exportações alemãs foram de US$ 12 bilhões. Para fortalecer essa relação, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere alemã, Bundesverband der Deutchen Industries (BDI), realizam anualmente o Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença em Vitória, nesta terça-feira (01), para o encerramento do Encontro Brasil-Alemanha. Vários ministros de Estado estão confirmados para alguns dos painéis de discussão sobre temas específicos. A ministra-chefe da Casa Civl, Dilma Houssef, também estará presente ao evento.

O Encontro Econômico Brasil Alemanha será uma oportunidade de negócios para empresas apresentarem seus produtos e serviços e ampliarem seu mercado. Serão apresentadas as áreas promissoras como energia renovável, petróleo e gás, infraestrutura e automotivo. Grande parte deste déficit comercial se deve as características dos produtos transacionados entre os dois países.

Da parte do Brasil há o grande predomínio das commodities minero-metálicas nas exportações, embora exista a presença de motores de automóveis na pauta comercial. A Alemanha é hoje o quinto país para o qual o Brasil mais exporta e ocupa o quarto lugar na lista dos países dos quais o Brasil mais importa, atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Argentina.

Carlos Antolini
EEBA - Encontro Econômico Brasil-Alemanha
Exposição de fotos que ilustram a relação histórica entre o Brasil e a Alemanha
Carlos Antolini
EEBA - Encontro Econômico Brasil-Alemanha
Os atrativos da capital são apresentados no estande da Prefeitura de Vitória