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Atalhos de teclado:

Monólogo intimista envolve o público e interage com a plateia no Museu do Negro

Publicada em

Por Brunella França, com edição de Matheus Thebaldi


Carlos Antolini
Convite Para Um Café – Grupo Teatro Delivery - SP
O ator Roberto Borenstein conta com a participação do público durante o monólogo

Uma peça nascida em uma oficina de teatro aos sábados de manhã. Mais precisamente, de cartas de amor, fictícias ou não, escritas por um grupo despretensioso de atores e não atores. Uma história que cabe em qualquer lugar, até na vida de quem assiste.

"Convite para um café", espetáculo do Grupo Teatro Delivery (SP), foi apresentado nesta quarta-feira (17), no Museu Capixaba do Negro Verônica da Pas (Mucane), dentro da programação do VIII Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória.

O monólogo, encenado pelo ator Roberto Borenstein, conta com a participação do público desde antes de começar. As pessoas vão chegando, se acomodando nas cadeiras e o ator já está no palco, recebendo-as. Então começa um bate-papo, tipo encontro de amigos.

Um rapaz toca seu violão. Um blues. O clima é meio que de sarau. Borenstein convida ao palco quem quiser se apresentar. Suely Bispo, coordenadora do Mucane, abre a noite declamando um poema do pernambucano Solano Trindade e outro de sua própria autoria.

A relação estabelecida com o público é de tamanha intimidade que permite ao ator colocar o figurino ali mesmo, no palco. Nem precisa de sinal para avisar que começou de fato a peça, é tudo combinado com quem vê.

O texto, em tom confessional, narra a história de Sérgio, um engenheiro que se apaixona por Vânia, uma psicóloga. Ele crê ter encontrado a mulher com quem se casará. Mas quanto mais a quer, mais ela se afasta. E o público participa de tudo, inclusive dita a carta em que Sérgio responde à amada sobre um convite para jantar na casa dela.

A cumplicidade oferece a sensação de que estamos no sofá de casa. Ou de que Sérgio é nosso vizinho, nosso amigo. Torcemos para que tudo dê certo, mas a verdade é que Vânia volta para o ex, com quem acaba se casando.

Desiludido, Sérgio, que acreditava estar vivendo a maior paixão de sua vida, deixa a casa, o emprego e vai-se embora para Xangrilá. Não sem antes convidar-nos. E vamos todos com ele.

"Parabéns a Vitória por este Festival, que é brilhante para a classe artística e para a formação de plateia, com todos os espetáculos gratuitos", disse o ator.

O Festival de Teatro prossegue até este domingo (21). Veja a programação.