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PMV pede ao Governo Federal reativação urgente de radar meteorológico no Estado
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Por Melissa Künsch, com edição de Matheus Thebaldi

O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, enviou nesta quarta-feira (24) um pedido ao Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) para a reativação urgente do radar meteorológico localizado em Santa Teresa, na Região Serrana do Estado, que está sem funcionar há mais de dois anos.
A medida foi tomada após a capital, mais uma vez, ser surpreendida por uma chuva forte (47,25 milímetros) na madrugada desta quarta-feira (24).
Na madrugada do dia 15 para o dia 16 deste mês, o mesmo aconteceu de "surpresa", porém com um volume mais intenso de chuva: 109,5 milímetros em pouco mais de duas horas.
Se esse radar estivesse funcionando, os efeitos do volume de água poderiam ter sido minimizados com ações preventivas do Plano de Contingência para Desastre e Emergência da Defesa Civil de Vitória.
"Essa é uma decisão importante que a Prefeitura de Vitória está tomando. Nesta madrugada, nós tivemos uma chuva que novamente não foi prevista pelos institutos de meteorologia. A cidade já estava normalizada durante a manhã, mas existe esse fato que precisa ser tornado público e a Prefeitura está tomando as providências para resolver essa situação", disse o prefeito Luciano Rezende.
Radar
Esse radar do Cemaden emite ondas eletromagnéticas que apontam o tempo que as nuvens de chuva vão levar para chegar à cidade de Vitória, assim como o volume de água previsto.
"Acontece que esse radar está há muito tempo parado, em manutenção. O que está acontecendo é que a previsão de tempo, que segue um modelo matemático, não está contando com a informação desse radar. E tem errado. E o pior: isso impossibilita a Prefeitura de Vitória de fazer o alerta com antecedência, de um dia antes, por exemplo. Se nós sabemos que vai ter uma chuva forte como essa que aconteceu de madrugada, nós podemos preparar um esquema especial. E nós estamos sendo surpreendidos com chuvas que chegam sem informação nenhuma. Isso foi o que aconteceu na madrugada do dia 15 para o dia 16 e, agora, novamente, na madrugada desta quarta-feira", complementou o prefeito.

Defesa Civil
Segundo Jonathan Jantorno, coordenador da Defesa Civil de Vitória, o não funcionamento desse radar do Cemaden reflete diretamente nas ações de proteção e prevenção que o órgão faz em casos de alertas de chuva forte.
"É um radar meteorológico que faz a cobertura de todo o Estado, principalmente aqui da Grande Vitória. Ele tem um impacto direto nas ações de proteção e Defesa Civil. Com as informações meteorológicas, o órgão antecipa suas ações junto às secretarias que envolvem o Plano de Contingência para poder garantir uma situação de normalidade na capital mesmo com chuvas intensas. Ao contrário da previsão do tempo, o radar dá uma informação em tempo real, com atualizações em espaços curtos de tempo, como dois em dois minutos, ou cinco em cinco minutos. Dessa forma, o município consegue se precaver", explicou.
Entre as ações preventivas, Jantorno destaca o trabalho da Central de Serviços, que intensifica a limpeza de bueiros e galerias, bem como aciona preventivamente todas as estações de bombeamento do município.
"Além disso, a Defesa Civil intensifica o monitoramento das áreas de risco e evacuação dessas áreas, tirando as pessoas de locais inseguros e levando para áreas em segurança", informou Jantorno.
Alertas
O prefeito Luciano Rezende destacou que a Prefeitura de Vitória, em seu aplicativo Vitória Online, conta com um alerta de chuvas e deslizamentos que é emitido aos moradores, sobretudo aos localizados em áreas de risco. No entanto, sem as informações do radar, essas informações podem chegar com atraso.
"Nós temos aplicativos que enviam informações e alertas sobre chuva para todos os moradores da cidade, mas esse aplicativo precisa ser alimentado por informações sobre a previsão do tempo. Um equipamento importante desse fora de funcionamento deixa a cidade sem previsão mais precisa e pode gerar consequências que complicam a situação", enfatizou Luciano.
Jonathan Jantorno reforçou que, em casos de ocorrências como deslizamentos e alagamentos, os munícipes podem acionar o plantão 24 horas da Defesa Civil de Vitória: 98818-4432. E o Fala Vitória 156 também pode ser acionado.
Limpeza
Mesmo sem o alerta, as equipes da Central de Serviços percorreram as ruas da cidade a fim de minimizar os problemas. "As equipes atuaram desde o início da manhã intensificando o trabalho em bueiros e galerias", explicou Nathan Medeiros, secretário da Central de Serviços.
Medeiros ressaltou ainda que é importante a população não jogar lixo em encostas e nas ruas, pois, em caso de alagamentos, pode piorar a situação.
"Lixo em encosta aumenta o risco de deslizamentos. Só para dar um exemplo, uma camisa seca tem um peso mais leve. Ela quando é molhada fica encharcada de água e, por isso, mais pesada. O mesmo acontece com o lixo em encostas. E esse lixo molhado vira um peso enorme e pode deslizar, arrastando a terra junto. Quando chove, embora a Central de Serviços limpe os bueiros o tempo todo, eles voltam a entupir. Por mais intensa que seja a chuva, após uma ou duas horas sem chuva, as ruas já estão secas", complementou Luciano.