Prefeitura prepara área que receberá galpão provisório das paneleiras
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Por Walter Conde, com edição de Deyvison Longui
Samira Gasparini
Espaço onde abrigará o galpão provisório, cujas obras depois de iniciadas devem durar 30 dias
A Prefeitura de Vitória já está preparando o terreno que receberá, em breve, as obras de construção do galpão provisório das paneleiras de Goiabeiras. Assim que esse trabalho for concluído, o novo espaço, orçado em R$ 242 mil, será erguido e disponibilizado à associação até o final deste mês.
A edificação permitirá a construção do galpão definitivo, que irá ocorrer no atual endereço onde as paneleiras confeccionam as peças típicas do artesanato capixaba. O galpão definitivo tem investimento de R$ 1,74 milhão.
O edital para o prédio definitivo deve sair em breve, assim que a Caixa Econômica Federal aprove as alterações nos custos. Segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), Silvio Ramos, o aumento no valor do aço, a ser utilizado na estrutura do prédio, provocou uma mudança nas previsão de custo original.
Os recursos que a Caixa repassará, em um total de R$ 702, 7 mil, são provenientes do Ministério do Turismo, dentro da dotação orçamentária Infraestrutura para o Turismo. Já A Prefeitura de Vitória será a responsável pelo valor restante, de R$ 1 milhão.
No cronograma montado pela CDV, as obras do galpão provisório vão durar 30 dias, por ser uma estrutura de placas metálicas modulares. As obras do galpão permanente ocorrerão por seis meses, com a previsão de serem concluídas até o final do ano.
Foto Divulgação
Projeto do galpão definitivo, que tem investimento previsto de R$ 1,74 milhão
Cutura local
A PMV, por meio da CDV, reconhece a importância da panela de barro na cultura gastronômica capixaba. A panela é um utensílio anterior à ocupação portuguesa.
Desde 20 de dezembro de 2002, esse artesanato foi considerado como um bem imaterial e foi o primeiro a ser tombado no Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A inscrição consta no livro de Registro dos Saberes, volume primeiro, do IPHAN.
A decisão do município em promover a substituição do atual galpão que as artesãs utilizam, mesmo sendo um grupo de pessoas físicas, está no reconhecimento da importância da panela de barro como um ícone do turismo capixaba.
Também é reconhecido que esse produto típico divulga a cultura local, principalmente em eventos culturais e turísticos de alcance nacional e internacional. Por isso, há um interesse cada vez maior dos turistas, que desejam visitar o local de confecção e adquirir as peças artesanais.
O galpão atual, feito pelas próprias artesãs por meio da cooperativa que as une, tem condições precárias e limita a produção, a comercialização e a recepção de turistas. A construção do galpão é prevista no artigo 246 da Lei Orgânica, que delega ao município de Vitória a seguinte obrigação: "Serão assegurados os meios estruturais para que o município possa defender e garantir a preservação das tradições, da cultura, do civismo e do desenvolvimento dos ideais que formam a nacionalidade brasileira".